O Festival de Gramado entregou, na noite deste sábado (3/9), os prêmios aos vencedores do evento. O curta-metragem brasiliense Rosinha levou quatros Kikitos, nas categorias Melhor filme (curta-metragem), Prêmio especial do júri (Maria Alice Vergueiro), Melhor roteiro (Gui Campos) e Prêmio aquisição Canal Brasil.
A noite foi marcada por alguns discursos político, como do roteirista J. Procopio que subiu ao palco falando "fora Temer" no início da noite e dividiu a plateia, que aplaudiu e vaiou. Porém, durante a entrega do prêmio de Melhor filme (curta-metragem), Gui Campos ao lado do elenco levou uma faixa pedindo "diretas já". O elenco prometeu comemorar no domingo (4) no Senhoritas Café (Asa Norte), em Brasília.
Com quatro prêmios, o longa Barata Ribeiro, 716 trouxe mais uma consagração para o dramaturgo Domingos Oliveira -- que já teve a carreira artística reavivada em Gramado, em 1997, pelo filme Amores. Direção, melhor filme e trilha sonora levaram Domingos a despontar na festa, às vésperas de completar 80 anos. No palco, por meio de um texto lido pelo ator Caio Blat, o cineasta -- que tem entrevista publicada na edição de hoje do Correio --, se disse "um funcionário da vida que trabalha no departamento de propaganda", saudando o espírito jovem do premiado longa.
Também com quatro prêmios, o longa O roubo da taça, às vésperas da estreia, deu visibilidade ao roteiro e ao melhor ator Paulo Tiefenthaler, dono de discreto discurso político, ao sugerir a tirada "de um cupim da nossa casa", numa situação roubada do roteiro do incendiário filme pernambucano Aquarius.
Na 44; edição do Festival de Gramado, o talento da gaúcha Elis Regina foi resgatado por meio do longa Elis, que arrebatou três prêmios, entre os quais o de atriz, para Andréa Horta. O silêncio do céu, de Marco Dutra, em torno de um polêmico relacionamento domiciliar, estrelado por Carolina Dieckmann e Leonardo Sbaraglia, igualmente, faturou três prêmios Kikito.
Entre os filmes estrangeiros, as escolhas recaíram sobre Esteros, Sin Norte e Guarani. Enquanto o primeiro trata da consolidação de um amor gay juvenil (brotado em Paso de los Libres, Argentina), os outros dois títulos abordam a profundidade de traços culturais: Sin Norte agrupa uma realidade saída do deserto chileno e Guaraní se detém no esforço de um avô que pretende repassar para um futuro neto o largo conhecimento do guaraní (base da cultura paraguaia), posto em perigoso desuso.
Confira os vencedores
Melhor filme (longa brasileiro): Barata Ribeiro, 716
Melhor filme (longa estrangeiro): Guaraní, de Luis Zorraquín
Melhor filme (curta-metragem): Rosinha, de Gui Campos
Melhor filme júri popular (longa brasileiro): Elis, de Hugo Prata
Melhor filme júri popular (longa estrangeiro): Esteros, de Papu Curotto
Melhor filme júri popular (curta-metragem): Super oldboy, Eliane Coster
Melhor filme júri da crítica (longa brasileiro): O silêncio do céu, de Marco Dutra
Melhor filme júri da crítica (longa estrangeiro): Sin norte, de Fernando Lavanderos
Melhor filme júri da crítica (curta-metragem): Lúcida, de Fabio Rodrigo e Caroline Neves
Prêmio especial do júri (longa brasileiro): O silêncio do céu
Melhor direção (longa brasileiro): Domingos Oliveira, Barata Ribeiro, 716
Melhor direção (longa estrangeiro): Fernando Lavanderos, Sin norte
Melhor direção (curta-metragem): Felipe Saleme, Aquele cinco segundos
Melhor ator (longa brasileiro): Paulo Tiefenthaler, O roubo da taça
Melhor ator (longa estrangeiro): Emilio Barreto, Guaraní
Melhor ator (curta-metragem): Allan Souza Lima, O que teria acontecido ou não naquela calma e misteriosa tarde de domingo no jardim zoológico
Melhor atriz (longa brasileiro): Andréia Horta, Elis
Melhor atriz (longa estrangeiro): Verónica Perrotta, Las toninas van al este
Melhor atriz (curta-metragem): Luciana Paes, Aqueles cinco segundos
Prêmio aquisição Canal Brasil: Rosinha, Gui Campos
Melhor roteiro (longa brasileiro): Lucas Silvestre e Caíto Ortiz, O roubo da taça
Melhor roteiro (longa estrangeiro): Luis Zorraquín e Simón Franco, Guaraní
Melhor roteiro (curta-metragem): Gui Campos, Rosinha
Melhor atriz coadjuvante (longa brasileiro): Glauce Guima, Barata Ribeiro, 716
Melhor ator coadjuvante (longa brasileiro): Bruno Kott, El Mate
Melhor montagem (longa brasileiro): Tiago Feliciano, Elis
Melhor montagem (curta-metragem): André Francioli, Memória da pedra
Melhor desenho de som (longa brasileiro): Daniel Turini e Fernando Henna, O silêncio do céu
Melhor desenho de som (curta-metragem): Jeferson Mandú, O ex-mágico
Prêmio especial do júri (longa estrangeiro): Esteros
Melhor direção de arte (longa brasileiro): Fábio Goldfarb, O roubo da taça
Melhor direção de arte (curta-metragem): Camila Vieira, Deusa
Melhor trilha musical (longa brasileiro): Domingos Oliveira, Barata Ribeiro, 716
Melhor trilha musical (curta-metragem); Kito Siqueira, Super oldboy
Prêmio especial do júri (curta-metragem): Elke Maravilha, Super oldboy, e Maria Alice Vergueiro, Rosinha
Melhor fotografia (longa brasileiro): Ralph Strelow, O roubo da taça
Melhor fotografia (longa estrangeiro): Andrés Garcés, Sin norte
Melhor fotografia (curta-metragem): Bruno Polidoro, Horas