Na primeira entrevista de Fausto Silva ao Programa do Jô, os dois amigos conversaram sobre política, futebol, recordaram momentos em comum, repassaram a carreira do apresentador do Domingão do Faustão e resgataram experiências antes da tevê - a de coroinha incluída. Entre muitas piadas sobre gordos, os dois fizeram incontáveis elogios múltiplos.
Faustão, para nenhuma surpresa, chegou a começou a falar sem esperar perguntas do colega: denunciou a porta, muito estreita, pela qual, segundo brincadeira dele, só pôde passar porque foi submetido a uma cirurgia bariátrica, sobre a qual conversaram. "Eu tenho um monte de seguidores da Igreja Bariátrica do Faustão: André Marques, Leandro Hassum, um monte de gente. Mas tem que tomar cuidado. Quem bebe precisa tomar cuidado, porque bebe ;isso; (pouco) e já está ;hoje é réveillon;. Tudo bêbado", ironizou.
[SAIBAMAIS]Logo no início da conversa, Jô retomou a experiência de Faustão como repórter e locutor de campo. "Eu sou do tempo em que treinador dizia: já cagaram, já mijaram, beija a santa e vão pro campo. O que você pode esperar? Microfone ao vivo, no auge da ditadura, então o cara falava qualquer coisa", disparou. "Falavam muita bobagem", comentou Jô, ao que Fausto rebateu: "Hoje falam mais e jogam menos".
As críticas ao futebol não pararam por aí. "Você nota uma evolução no nosso futebol?", perguntou o apresentador. "Já falava meu amigo Flávio Costa, há 500 anos, que o futebol brasileiro só evoluía dentro das quatro linhas. Dentro de campo e fora do campo, não. Hoje em dia você vê a situação do Brasil. Embora tenha ganho a medalha de ouro [nas Olimpíadas], a situação é cada vez mais catastrófica. Até porque a a ascensão social e econômica no Brasil ou é através do futebol (alguns outros esportes raramente), da música sertaneja e do BBB. Então é um país que não investe na educação". "Conclusão: é o apogeu da merda", disse, arrancando risadas.
Faustão começou a trabalhar aos 14 anos, no rádio, e tem mais de 30 anos de carreira na televisão. Antes de assumir o comando do Domingão do Faustão, em 1989, ele trabalhava no Perdidos da noite, na década de 1980. Além da experiência como repórter, ele contou histórias de quando era coroinha e de bastidores, como quando Adoniran Barbosa pediu aumento em uma reunião da Record e Elis Regina reivindicou uma melhora no salário para o conjunto do Caçulinha. "Se não dobrar o salário, eles vão parar", disse a Pimentinha, para o chefe, Paulo Machado de Carvalho, que retrucou: "Pode parar. "Não, não podemos parar", interveio Caçulinha.