Quase 40 anos depois da antológica participação em Dancin; days, Sonia
Braga está de volta às pistas de dança (no caso, dos grandes bailões da terceira idade), e
escandalizando, numa medida política: incandescente presença, ela estampa quase todos os
fotogramas de Aquarius, filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho. Vale a menção de
que o filme, uma espécie de estandarte (no estrangeiro) em prol da manutenção do governo de
Dilma Rousseff ; durante a exibição no Festival de Cannes ;, levou a perrengue firme que, no
entendimento de muitos, trouxe perseguição política à fita que teve elevada classificação
indicativa, restritiva, no patamar de 18
anos.
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[SAIBAMAIS]Intimidação e intolerância, por sinal, estão na
espinha dorsal da trama ancorada no embate entre uma persistente jornalista aposentada (Sonia
Braga) e a desmedida gana preconizada pela especulação imobiliária.
No que é chamado
de um prédio-fantasma, o Aquarius do título, Clara mantém vivo um mundo sereno e
intelectualizado, autêntico e sem preço (tanto que nunca cede, a cada tentativa de compra de seu
patrimônio imobiliário). Toda a ação se passa na orla de Boa Viagem
(Recife).
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A partir de hoje, 85 salas do Brasil exibirão
Aquarius nos cinemas. Com estrutura pujante, a fita tem respaldo da coprodução de Walter Salles
(Central do Brasil) e da Globo Filmes.
Um lote inestimável de músicas, entre as
quais Toda menina baiana e Um jeito estúpido de te amar, estão absolutamente
vinculados ao andamento do enredo apoiado no lastro da crítica cultural sessentona. O longa
ainda envolve muito teor social, com texto provocativo que inclui pérolas como: ;A gente explora
elas (as domésticas); elas roubam a gente, de vez em quando.;
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