<p align="left"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/08/31/546612/20160830171550657658i.jpg" alt="Em novo disco, a banda paulistana O Terno aposta em tom pop e solar" /> </p><p class="texto"> </p><p class="texto">;Culpa de fazer sucesso, culpa de ser um fracasso;, os versos da canção <em>Culpa </em>; que abre o novo disco da banda O Terno, Melhor do que parece ; poderiam bem ser uma alusão à própria banda. Se há quem os coloque na condição de um dos melhores grupos surgidos no rock brasileiro nos últimos anos, há também quem ache que há um certo exagero e que os garotos são um tanto superestimados por parte da crítica e do público.<br /><br />Goste ou não da banda, uma coisa não dá para negar: os garotos são corajosos. Depois do roqueiro 66 (2012) e do nublado e cinza O Terno (2014), eles voltam com um pop aparentemente simples, mas inventivo e forte. As canções de amor e um tom de felicidade e contentamento nas letras distanciam o novo trabalho do álbum de 2014.<br /><br />A guinada pop, no entanto, não significou, de forma alguma, acomodação. A roupagem intricada dada às canções surpreendem e as pirações psicodélicas seguem ali. <em>Lua cheia</em>, um dos pontos altos do disco, é prova disso. A mudança de clima, a letra com toques de surrealismo provam que dá para ser pop sem ser banal.<br /><br />Há felicidade? Sim, e é diferente ver o vocalista e guitarrista Tim Bernardes cantando amores correspondidos e versos de contentamento. Mas, não se engane, a felicidade do trio não é daquelas vazias e apáticas. A ironia fina das letras permanece ali e Bernardes sabe como poucos abusar da coloquialidade e de uma simplicidade desconcertante.<br /><br />Não à toa, o garoto é filho de Maurício Pereira (um dos ícones da vanguarda paulistana) e segue bem a linha do pai que, como Tom Zé e Luiz Tatit, é mestre em dar tiros certeiros e profundos sem perder a materialidade do coloquial.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">Assim, sem aparentes e afetadas pretensões, O Terno se mantém com algo raro na música brasileira atual e consegue, quase sem querer, revelar um norte para entender essa geração conectada e um tanto de saco cheio de tudo que aí está. Se <em>Eu confesso</em>, do álbum anterior, pode ser um hino da juventude atual, a canção Melhor do que parece acerta em cheio no tédio de quem se cansou de ver mais do mesmo. ;Faz tempo que está tudo certo;, crava Tim.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">No novo álbum, a sonoridade do disco encontra uma complexidade maior do que nos trabalhos anteriores. O formato conciso de power trio ganha acréscimos de instrumentos de sopro, cordas. Há harpas, órgãos por todo o disco. O baixo marcado de Guilherme Peixe e bateria do debutante em estúdio Biel Basile (que assumiu as baquetas da banda em 2015), porém, têm ainda muita força ao lado da guitarra (com o fuzz característico à la Hendrix e Sérgio Dias) de Tim Bernardes.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">Em <em>Melhor do que parece</em>, O Terno prova que tem maturidade para mudar (e muito) e, ainda assim, não perder o que tem de original e mostra que é possível ter o que dizer sem ser chato ou pedante.</p><p class="texto"> </p><p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/08/31/546612/20160831104850706863u.jpg" alt="'Melhor do que parece' é a mais recente empreitada de uma das bandas mais promissoras da nova geração" /> </p><p class="texto">SERVIÇO </p><p class="texto"><strong>Melhor do que parece</strong></p><p class="texto">O Terno, 12 faixas, Trattore Discos. Disponível nas plataformas digitais. </p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://publica.impresso.correioweb.com.br/page,274,41.html?i=216717=da_impresso=da_impresso_130686904244">aqui</a>. Para assinar, clique <a href="https://assine.correiobraziliense.net.br/">aqui</a>. </p><p class="texto"> </p><p class="texto"> </p>