A diretora Carla Camurati assumiu a vaga deixada pela atriz Ingra Lyberato na comissão do Oscar montada pelo Ministério da Cultura para escolher o representante brasileiro a uma vaga na premiação.
Ingra deixou a comissão na sexta-feira (26/8), depois de constatar insatisfação da classe artística. Ela disse ter sofrido com a retirada de alguns longas da disputa, como Boi neon, de Gabriel Mascaro, e Mãe é só uma, de Anna Muylaert. Antes da atriz, o cineasta Guilherme Fiúza Zenha também havia desistido de participar da escolha.
;Não estou escolhendo um lado porque já o tinha feito desde sempre: Sou contra o golpe que impediu e retirou o governo eleito democraticamente, de suas funções. Mas não corto relações de amizade com ninguém por causa disso. Acredito na nossa união como classe artística acima de tudo. Sei que nome de grande representatividade já aceitou integrar a comissão, mas esse processo fragmentado pode comprometer nosso maior interesse: o cinema.;, escreveu Ingra no Facebook.
Polêmica
A cineasta paulista Anna Muylaert endossou a decisão de Gabriel Mascaro, diretor de Boi neon, e anunciou que não vai inscrever o filme para se candidatar a uma indicação brasileira ao Oscar. O filme dela, Mãe só há uma, é um dos cotados. No ano passado, o escolhido pela comissão do país foi o premiado Que horas ela volta?, de Muylaert, estrelado por Regina Casé e Camila Márdila.
Além de ampliar as chances de Aquarius, do recifense Kleber Mendonça Filho, os gestos revelam descontentamento com relação ao processo de seleção. A polêmica gira em torno da escolha do crítico Marcos Petrucelli para a comissão julgadora eleita pelo Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual. Ele fez comentários ofensivos ao diretor e à equipe de Aquarius e chegou a afirmar que os custos de transporte de todos os integrantes para participar do Festival de Cannes, na França, tinham sido custeados com dinheiro público. O filme foi o primeiro pernambucano a concorrer à Palma de Ouro.