Os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá já sabiam na adolescência que queriam viver de fazer quadrinhos. No Brasil, a tarefa de se sustentar com HQs não é das mais fáceis (na verdade impossível, dizem eles e outros tantos artistas). Para alcançar o objetivo, eles romperam fronteiras e construíram uma carreira internacional capaz de não só os sustentar, mas também de transformá-los em um dos principais nomes do quadrinho brasileiro. Chamados por muitos de "os gênios" (um trocadilho carinhoso com o fato de serem gêmeos), eles venceram por duas vezes (em 2011 e 2016) o prêmio Eisner, um dos mais importantes troféus do quadrinho mundial.
A sintonia dos irmãos, que trabalham juntos desde o início da carreira, é tanta que, em conversa com o Correio, Moon assumiu naturalmente o papel de porta-voz, mas recebeu a ajuda de Bá sempre que lhe faltou uma palavra ou outra. Juntos, os irmãos ; que foram responsáveis por levar O alienista, de Machado de Assis, e Dois irmãos, de Milton Hatoum, para o mundo dos quadrinhos ; falam sobre adaptações de obras literárias para HQs, arte e o desejo de impactar e chacoalhar a mente do leitor.
Entrevista / Fábio Moon
Como e quando a decisão pelos quadrinhos?
Foi uma coisa natural, a gente sempre desenhou, sempre gostou de quadrinhos. Por volta de uns 14 anos, foi que as coisas convergiram para gente tomar essa decisão. A gente lia livros bacanas como Capitães da areia, mas também Laerte e Batman, o cavaleiro das trevas. Como a gente lia muito e gostava também de desenhar, então veio o desejo de contar uma história que fizesse o leitor refletir juntando isso. Foi até bem cedo. Com 14 anos, a gente já sabia que queria seguir esse caminho.
O que influenciou e o que ainda influencia vocês?
A gente gosta muito das histórias. Se tem uma história que nos toca, que nos faz refletir, que apresenta um relacionamento forte, uma trama, é o que nos influencia mais, seja isso em filmes em quadrinhos... A gente gosta de criar experiências completas, a gente leu muito quadrinho de super-herói, mas hoje a gente continua sendo influenciado por um trabalho próprio, autoral. Quando a gente conhece algo assim, é isso que nos empolga.
Então, a produção de vocês tem influências de outras áreas? Música, literatura?
Sim. Porque o que a gente quer fazer em quadrinhos é contar um tipo de história que não é muito contada. Todas essas linguagens podem ter um efeito no leitor e é isso que tentamos fazer em quadrinhos.
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