Irlam Rocha Lima
postado em 15/08/2016 07:00
O que os paulistas Dilermando Reis e Marco Pereira têm em comum com Brasília? Ambos estão ligados à cidade pela música, expressão artística com a qual, em diferentes épocas e situações, deram sua contribuição para a formação cultural da futura metrópole ; com o som que criavam a partir das cordas do violão.
Cada um, à sua maneira, os dois entraram para a história da música na capital. Os saraus promovidos pelo presidente Juscelino Kubitschek, no Catetinho, no fim da década de 1950, eram animados por Dilermando. Na segunda metade dos anos 1980, Marco trouxe a técnica e o virtuosismo do seu instrumento ; aprimorados em escola superior na França ; para apreciação dos alunos do Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB).
Agora, esses representantes da excelência violonística, personagens de diferentes períodos da música instrumental brasileira, se encontram em Dois destinos, álbum em que Marco, comemorando 40 anos de carreira, toca Dilermando para celebrar o centenário do conterrâneo de forma magistral. ;Há tempos que planejava fazer esse tributo que, coincidentemente, se concretiza quando esse mestre do violão no Brasil completaria 100 anos (em setembro);, comemora.
Marco conta que desde 2004 vem reunindo arranjos criados em cima do legado de Dilermando. ;Quis trazê-lo para um ambiente musical mais contemporâneo, mas sem deixar perder a brejeirice e a autenticidade de suas composições;, explica. ;Por outro lado, propus uma abertura para arranjos mais elaborados, com a participação de instrumentistas como os paulistas Toninho Ferragutti (acordeon), e Toninho Carrasqueira (flauta), do gaúcho Guto Wirti (contrabaixo) e do brasiliense Amoy Ribas (percussão), entre outros;, acrescenta.