Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Artistas brasilienses vão para a Bienal de São Paulo

Os principais temas levados são discussões sobre racismo, tolerância e questão indígena


O corpo, as identidades que carrega e seu lugar no mundo são temáticas comuns aos três artistas de Brasília selecionados pelo curador Jochen Volz para a 32; Bienal de São Paulo. Bené Fonteles, Dalton Paula e Bárbara Wagner falam de um mesmo sujeito, mas a partir de perspectivas diferentes. Com o tema Incerteza viva, a 32; Bienal de São Paulo contará com a participação de mais de 54 artistas que já confirmaram presença e vai ocupar o Pavilhão do Ibirapuera em setembro.

Fonteles, 63 anos, é o mais experiente quando se trata de bienal paulista. Durante os anos 1980, o artista paraense radicado em Brasília participou de quatro edições da maior mostra de arte da América Latina. Agora, está de volta e prepara um trabalho pensado para levar o público a refletir sobre temas como questão indígena, sustentabilidade, migração e meio ambiente. O embrião da obra começou a ser gestado durante o Festival Arte Serrinha, em Bragança Paulista, quando Fonteles pediu aos índios yawalapiti que construíssem uma oca para abrigar uma série de vivências conduzidas pelo artista. Fonteles vai construir a mesma oca no Ibirapuera: a ideia é criar um espaço de reflexão em meio à Bienal de São Paulo.
[SAIBAMAIS]

Com a intenção de discutir questões como o futuro do planeta e da humanidade, Fonteles quer convidar o público para uma experiência que passa pelas temáticas propostas por Volz. ;Essa bienal é muito diferente e tem tudo a ver com o que tenho feito;, acredita. ;Tem a questão dos quatro eixos transversais da bienal, os quatro pilares, que é a cosmologia, no qual estou encaixado, mas também estou nos outros, como a narrativa, a ecologia e a questão de educação.;

Fonteles quer dar visibilidade a problemáticas como o extermínio dos índios no Brasil, a luta pela manutenção de terras ancestrais e as migrações que redefinem as geopolíticas mundiais. ;Essa tapera é um lugar de reflexão, de discussão, não é um lugar de mostrar arte contemporânea, não estou interessado em fazer arte contemporânea. Criei um espaço que vai abrigar coisas e pessoas;, avisa o artista.
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