Ela já gravou com James Brown, compartilhou palco com Prince e fez turnê com o Allman Brothers. Com um currículo desses, é natural imaginar que a pessoa descrita seja uma artista renomada, consagrada, conhecida em todo o mundo. Esse, infelizmente, ainda não é o caso da saxofonista americana Hope Clayburn, 41 anos, que se encontra no Brasil para uma breve turnê por Brasília e Goiânia.
Em sua segunda passagem pela capital, onde fez show no festival Latinidades na última semana, Hope se apresenta hoje, a partir das 21h, no Velvet Pub, e amanhã, às 22h, no Bar do Kareca, locais que, embora inusitados para uma atração internacional, são perfeitos para a mistura dançante de soul, funk e r da saxofonista. ;Eu ainda pretendo crescer na carreira e tocar em grandes arenas, mas a energia que você consegue em um local como o Velvet, você não tem como capturar em lugares maiores. As pessoas estão lá, na sua cara, dançando e interagindo. Foi um dos melhores shows que eu já fiz;, respondeu em entrevista por telefone ao Correio, em referência ao primeiro show que fez no pub brasiliense, no começo do ano.
O apreço pela música, pelos pequenos espaços e pela troca sincera de energia veio das igrejas da Carolina do Norte, local de nascimento de Hope, e onde ambos os seus avós atuavam como pastores. De lá, ela começou a tocar saxofone nas bandas da escola, habilidade que desenvolveu na faculdade, na Virginia, onde desenvolveu seu amor pelo rock e pelo jazz, até se mudar para Memphis, cidade que mora há mais de 10 anos atuando como artista local.
Em meio à busca pelo sonho de viver de música, Hope teve que se sustentar por meio de outros empregos, período em que se lembra das dificuldades. ;Já sofri preconceito algumas vezes, claro. Outras, nem tanto. Por ser uma mulher negra e usar dreads, alguns empregos para os quais eu apliquei não me olhavam com bons olhos. No entanto, eu nunca deixei isso me impedir de realizar os meus sonhos. Eu acredito que, hoje em dia, há maior respeito e oportunidades para afro-americanos e mulheres, mas eu também acredito que precisamos focar na cor que mais importa. Eu tenho uma canção chamada Green, que diz que precisamos parar de prestar atenção em raça como uma limitação e começar a a prestar atenção no inimigo de verdade: a falta de igualdade entre ricos e pobres;, analisa.
Isso aqui é DF
Show com Hope Clayburn;s Soul Scrimage, amanhã, às 22h, na Cervejaria Caixa D;Água ; Bar do Kareca (9 - St. F Norte CNF 2 QNF 2, 3). Ingresso: R$ 20.
Isso aqui é DF
Show com Hope Clayburn;s Soul Scrimage, amanhã, às 22h, na Cervejaria Caixa D;Água ; Bar do Kareca (9 - St. F Norte CNF 2 QNF 2, 3). Ingresso: R$ 20.