Eles são os piores entre os piores. Trancafiados, por segurança, em um buraco dentro de outro buraco, os mais temidos e perigosos vilões foram os escolhidos da vez para salvar o mundo. Se os heróis resolveram lutar entre si, em Batman vs. Superman, o governo decidiu que agora é hora das mentes mais malignas e doentias defenderem o planeta. Time montado para a tarefa, o Esquadrão Suicida chega aos cinemas nesta quinta (4/08) (com algumas pré-estreias nesta terça) também com a complicada missão de agradar e superar as expectativas do público.
Com elenco repleto de estrelas (Will Smith, Jared Leto e Viola Davis), o escolhido para comandar a aventura do transtornado grupo nos cinemas foi o diretor David Ayer. Responsável por filmes como Coração de ferro e Marcados para morrer, Ayer não teve medo de pesar a mão na preparação dos atores que encarnariam o grupo de supervilões.
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;Nos ensaios, David nos fazia recapitular as nossas vidas, relacionando nossas experiências com as dos personagens, encontrando os paralelos;, contou Will Smith, o pistoleiro, em entrevista ao Entertainment Weekly. O diretor chegou a fazer os atores brigarem entre si. ;O que a gente não sabia é que David usa isso depois no set. Ele descobre seus pontos fracos, seus botões mais sensíveis e não tem medo de usá-los durante as filmagens;, revelou Smith. ;Se você pode dar a eles um senso de conexão e familiaridade e dar apoio, eles confiam em você. Eu acho que isso é o que dá impulso às performances;, justificou Ayer. Só assim, para o diretor, é possível criar química entre o elenco.
"Nunca esqueçam que nós somos os vilões"
O Esquadrão apareceu pela primeira vez nos quadrinhos em 1959, mas pouco parecido com o que chega aos cinemas agora. O grupo inicial era formado por criminosos dispostos a defender o país durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi só em 1986 que o Esquadrão se transformou em um grupo de supervilões. Nos quadrinhos, a oficial da inteligência americana Amanda Waller (interpretada no filme por Viola Davis), é quem tem a ideia de criar o grupo com os mais perigosos vilões e colocá-los em missões provavelmente mortais.
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O coronel Rick Flag (interpretado por Joel Kinnaman nos cinemas) é o responsável por manter o grupo de vilões na linha. Nos quadrinhos, existe um dispositivo localizador explosivo acoplado a cada um deles, que pode ser acionado remotamente a qualquer momento.
A formação do Esquadrão mudou muito durante toda a trajetória do grupo nas HQs. A Arlequina, por exemplo, só passou a integrar o time em 2011. O longa faz uma mistura entre personagens icônicos de todas as formações.
O pior dos loucos
Pouco se sabe até agora sobre o tamanho e o papel da participação do Coringa no longa que chega aos cinemas. Nos quadrinhos, o principal inimigo do Batman jamais fez parte do Esquadrão. Pelos trailers, o que fica claro é que o personagem mantém a personalidade transtornada e doentia que caracteriza o vilão. ;Não vou te matar, apenas te machucar muito, muito;, diz em uma das cenas reveladas.
Mesmo com a grande incerteza sobre a importância do vilão para o filme, o personagem, sem dúvida, foi o que mais mexeu com a cabeça dos fãs que esperam ansiosamente a chegada do longa. A escolha de Jared Leto para o papel e o figurino do vilão dividiu opiniões.
O visual com tatuagens e dentes metálicos foi um dos aspectos mais criticados. A escolha, no entanto, tem respaldo dos quadrinhos. O Coringa de Leto foi inspirado no vilão das clássicas HQs produzidas por Frank Miller. Batman vs. Superman, que dá início ao novo universo da DC nos cinemas, foi justamente baseado em uma obra de Miller.
Com o peso de superar as atuações memoráveis de atores como Jack Nicholson e Heath Ledger, Jared Leto deu sinais de que realmente encarnou a persona perturbada do vilão. O ator enviou presentes mórbidos, como animais mortos, para os colegas de set.
Provavelmente a atuação mais aguardada de todas, o Coringa de Leto também gera expectativas pela relação ;amorosa; com a personagem da Arlequina. Em entrevistas recentes sobre o filme, Leto afirmou que o vilão terá uma sensualidade nunca vista antes no Coringa dos cinemas.
Para não falhar
Com o orçamento previsto de US$ 250 milhões, Esquadrão Suicida teve cenas regravadas a pedido da Warner. Poucos meses antes dos lançamentos e depois do fracasso de aceitação de Batman vs. Superman, novas tomadas foram feitas. Surgiram rumores de que as cenas adicionais seriam para adicionar mais humor ao longa. O diretor David Ayer, no entanto, negou que a razão fosse essa e disse, em sua conta do Twitter, que os acréscimos, na verdade, trariam ainda mais ação ao longa. Com as cenas adicionais, muito se especulou sobre o aumento da presença do Batman no longa, o que também não foi confirmado pela produção.
Duas perguntas // Will Conrad, ilustrador de HQ
Você já desenhou alguns personagens que estarão no filme do Esquadrão Suicida, como o Coringa. Qual é a sua expectativa para a produção?
Eu acho muito legal o Esquadrão Suicida e a ideia dos vilões sendo obrigados a ajudar o governo mesmo contra a índole deles. Os personagens são muito interessantes. A que está mais em voga é a Arlequina, que é bem legal, e gosto do Coringa. Mas vou dizer que fico sempre com um pé atrás quando vejo os trailers, que são fantásticos, com música, ação e, muitas vezes, quando se vai ver o filme, você fica decepcionado. Mas, pelo que tenho visto dos bastidores, vai ser bom. Mas fico cauteloso.
Como ilustrador de quadrinhos, você acha que isso faz diferença na hora de assistir a um filme que é uma adaptação de uma HQ?
Faz toda a diferença sim. Tive uma conversa recente com um amigo sobre Batman vs. Superman, que ele gostou e eu não gostei muito. Ele se assustou quando eu disse isso e a discussão foi para esse sentido. Do ponto de vista de quem conhece os personagens dos quadrinhos, suas visões, lemas, características e de quem só vê os filmes. Isso mostra um hiato entre o público. Mas eu procuro tentar fazer com isso não tenha uma influência na hora de ver o filme, pois sei que é difícil adaptar um quadrinho para o cinema. Só que é preciso manter uma essência.
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