Adriana Izel
postado em 24/07/2016 07:30
A norte-americana Tichina Arnold, 47 anos, se tornou famosa no Brasil ao dar vida a personagem Rochelle Rock na série Todo mundo odeia o Chris. Apesar de a comédia ter sido exibida entre 2005 e 2009, o seriado continua em exibição no país na tevê aberta pela emissora Record, todo domingo, e na televisão por assinatura diariamente pelo canal TBS. O sucesso da série entre o público brasileiro fez com que a atriz já passasse pelo Brasil duas vezes e se tornasse fã do país ao ponto de durante a entrevista dizer que seu sonho era falar português e gritar alguns ;te amo;. ;O que eu mais amo e aprecio no Brasil é o suporte que recebo diariamente dos meus seguidores brasileiros;, revelou. O que acontece com Tichina é o oposto do que ocorreu com o ator Tyler James Williams, que vivia o Chris, que chegou a ameaçar bloquear os brasileiros em suas redes sociais após cansar das brincadeiras do público. Apesar de ter ficado conhecida como Rochelle, Tichina estará de volta à televisão agora na série Survivor;s remorse, que estreia a terceira temporada no Brasil, com exibição hoje (na madrugada de domingo para segunda), à 0h30, no canal Fox 1, e disponibilidade a partir de amanhã no Fox Play, serviço on demanda da emissora. Na série, a atriz vive a personagem Cassie Calloway, mãe do protagonista Cam (Jessie T. Usher), jovem que assina contrato com um time de basquete profissional. A trama é produzida pelo jogador LeBron James.[SAIBAMAIS]Você se tornou bastante popular no Brasil por conta da personagem Rochelle, de Todo mundo odeia o Chris. Como é para você ter tantos fãs no país?
Acho que a última vez que estive no Brasil foi há dois anos. Estive duas vezes no país. O que eu mais amo e realmente aprecio no Brasil é o suporte que recebo diariamente dos meus seguidores brasileiros. Disseram-me uma vez que eu sou uma figura feminina negra positiva na televisão. E eu sei que no Brasil há uma população grande de negros e negras e poder compartilhar meu talento com o mundo é algo que me orgulha. Eu amo o fato que as pessoas negras podem olhar para mim como um exemplo, como algo positivo. Isso me deixa muito feliz. Eu busco fazer personagens que minha filha possa ver, que as pessoas possam se identificar. Para mim, ser famosa no Brasil é algo que me deixa muito feliz e orgulhosa. Quando eu fui, conheci as favelas e falei com o povo brasileiro. Definitivamente, foi uma oportunidade incrível e quero fazer isso novamente. Sou muito grata ao apoio que recebo pelo público brasileiro.
Cassie Calloway, de Survivor;s remorse, e Rochelle, de Todo mundo odeia o Chris, são duas mães e personagens que marcaram sua carreira. Qual é a diferença entre elas?
Rochelle e Cassie são dois tipos completamente diferentes de mães. Já que Rochelle é mãe de três crianças ela tem mais controle sobre elas e o marido. Cassie tem uma história diferente. Ela é uma jovem mãe que queria sucesso para os seus filhos. Quer que seu filho seja bem-sucedido e isso é exatamente o que ela consegue. Acho que a diferença entre as personagens é como elas estão criando seus filhos, o que é completamente diferente. Ser mãe de adultos é muito interessante e eu realmente adoro fazer esse papel, porque minha filha tem 12 anos e ela ainda é uma jovem. Eu realmente gosto de viver Cassie porque ela é muito mais próxima de mim, do que Rochelle era.
Muitos artistas norte-americanos têm se pronunciado sobre o tiroteio em Dallas, que deixou cinco policiais mortos, e os problemas raciais nos Estados Unidos. O que você pensa sobre isso?
É um problema horrível que temos de lidar nos Estados Unidos. Minha responsabilidade como mulher negra e como mãe é pensar que tudo que estou fazendo é assistido pela minha filha. Ela quer saber e ver como eu vou reagir às coisas. Os Estados Unidos têm muitos problemas, que não têm sido lidados de forma correta. E continuarei a falar sobre isso. Eu quero ter certeza de usar minha plataforma como atriz para fazer as pessoas rirem. A vida não é ruim e não tem que ser horrível. A vida nos traz tantas coisas. Mas temos que escolher como lidar com as coisas. Racismo é algo que prevalece nos EUA, estamos descobrindo isso. Nós precisamos de ajuda nos Estados Unidos. Há muito trabalho a ser feito e eu quero poder ajudar as pessoas. Se puder fazer isso como atriz, como pessoa, como mãe e como mulher negra, é isso que vou fazer.
O que você pode contar sobre a história da série Survivor;s remorse?
Eu amo o fato de a série não ser só sobre basquete. Mas ser sobre o jogo e a vida por trás do basquete. Tem gente que assiste à série e pergunta: ;Por que nós nunca vemos um jogo de basquete?; Porque não é sobre o jogo de basquete. É sobre dois homens aprendendo o que é ter fama e glória, aprendendo como é ter dor de cabeça com isso e como é falhar. Acho que isso que torna a série em algo tão bom.
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