Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Prestes a completar 40 anos, o sueco Alexander Skarsgard é o novo Tarzan

O filme 'A lenda do Tarzan' estreia hoje nos cinemas brasileiros


São Paulo ; ;Heróis que não tenham vulnerabilidade não geram identificação.; O conceito é incutido na cabeça do mais novo e promissor astro para Hollywood, o sueco Alexander Skarsgard. Já livre do peso da vampiresca série True blood e prestes a completar 40 anos, o ator, que trabalhou até com Lars von Trier, encarou o desafio de ser Tarzan, na nova produção do diretor David Yates (realizador do desfecho da saga Harry Potter).

[SAIBAMAIS];Tive que me livrar de todas as calças antigas que tinha;, diverte-se ele, ao divulgar o filme numa escala intimista, em mesa-redonda para oito repórteres. No filme, ao lado de Margot Robbie (Esquadrão suicida) e da gaiata dupla Samuel L. Jackson (Pulp fiction) e Christoph Waltz (Django livre), o ator defendeu um tipo outsider, meio hostilizado pelo ambiente. ;Lidei com elementos como família e como a possibilidade de se encontrar um lugar no mundo;, observa.

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Mesmo tendo achado o seu Tarzan, mais nutrido por roteiro do que por modelos de outros astros, Skarsgard assume deferência: ;Para mim, Johnny Weissmuller é o Tarzan; foi como fui apresentado ao personagem;. Entre observações da dita evolução da sociedade e até do falso beijo no colega Waltz, o sueco se mostra gaiato, e deixa escapar o seu animal interno.

;Se fosse fera, optaria por ser um mangani (espécie de gorila da literatura de Burroughs); de outro modo, seria morto por Kala, minha a gorila mãe;, diverte-se. Até um ;obrigado; sai do artista, de porte atlético (em 1,94metro), no fim da entrevista para divulgar a fita de US$ 180 milhões de orçamento.

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Tarzan é um papel definitivo?

É, de longe, o maior filme em que já trabalhei. Por trabalhar muito em filmes independentes, esse projeto foi imenso. Não quero que soe como: ;Bom, estou formado, e não voltarei a filmes independentes. Sou um super-herói e encabeço blockbusters (risos);. Trata-se de qual o roteiro, de quem será o diretor: assim é que escolho meus filmes. Abraço oportunidades viscerais, como em O diário de uma adolescente (2015), filme de produção modesta, feito logo depois de A lenda de Tarzan. Não penso nas coisas como ;essa, sim, é minha oportunidade;. Tive muita sorte desde True blood (2008/2014) até a realização de meus filmes independentes. Sempre tive muita sorte, felicidade e tiro proveito dos contrastes.

Qual a sua relação com o personagem?

Sempre fui fã, desde criança. Meu pai cresceu vendo Johnny Weissmuller (o Tarzan dos anos 30 e 40). Ele me apresentou o personagem, que, desde os 6 anos, eu brinco de interpretar. Por isso, fiquei muito entusiasmado desde o lançamento do projeto e mais ainda com o potencial de estar no longa-metragem. Mas estava curioso de como Hollywood faria a adaptação. É um personagem tão famoso, icônico e que já foi recriado tantas vezes. Quando li, fiquei muito surpreso. Do ponto de vista psicológico, para o filme, emergi na dualidade e na dicotomia entre homem e fera. Já havia feito isso antes, com outros personagens (leia-se, Eric Northman, de True blood).

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