A primeira HQ de terror publicada no Brasil, segundo o especialista em quadrinhos Álvaro de Moya, foi um episódio da série Dr. Oculto, assinada por Leger e Reuths, tendo circulado ainda em 1937 na revista Mirim. Já a primeira revista brasileira de quadrinhos de horror chamava-se O terror negro e surgiu em 1949. Carlos Patati, um dos representantes atuais do gênero, acredita que as revistas de terror nunca deixaram de vender bem nas bancas de jornal brasileiras e que o suspense das histórias bem escritas ainda atrai muitos fãs. Para o autor a revalorização dos quadrinhos brasileiros é possível graças a jovens que se interessam cada vez mais pela cultura nacional. O ilustrador acredita ainda que roteiristas deveriam investir cada vez mais em escrever histórias que retratem personagens e acontecimentos do imaginário do nosso país.
Aos 56 anos, o carioca Carlos Eugênio Baptista, conhecido como Carlos Patati, é roteirista de quadrinhos de terror desde os 20 anos, sendo também um contista e romancista premiado. Em parceria com o desenhista Allan Alex, criou o personagem Nonô Jacaré, que teve suas aventuras publicadas nas revistas Mil perigos, Nervos de aço e Heavy metal Brasil. Além do terror, o quadrinista investe em mitologias urbanas, suspense e elementos de medo em outros gêneros.
Patati aprendeu a ler com os gibis do irmão mais velho e não parou mais. ;Meu processo criativo parte de uma situação ou imagem, em torno da qual eu escrevo um argumento. Penso no estilo de quem vai desenhar e tomo por base alguma conversa que tenho antes com o desenhista. Vou testando como aquele argumento se sustenta e só quando tenho segurança acerca da história que realmente quero contar, escrevo cada quadrinho em um roteiro, pensando também nas suas relações com os outros quadros que aparecerão na mesma página;, conta o autor.
Para brasileiros
Para o quadrinista um dos seus principais pontos de interesse são os gibis brasileiros de terror antigos, que utilizavam muitos elementos do folclore nacional, mitologias e literatura popular. ;Meu lado pesquisador tem vontade de mostrar para os leitores e autores mais novos que é possível fazer gibis que falem do Brasil para os brasileiros, em uma mistura aventuresca;, afirma.
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