postado em 14/07/2016 07:10
Pinturas, trançados e cantos carregados de história compõem a essência do povo Kayapó Mekrãgnoti. Eles moram na Amazônia e são conhecidos pela valentia na hora de defender a cultura indígena e florestas. Para mostrar os encantos desse povo, o instituto Kabu leva ao espaço Cerratense, do Jardim Botânico, a mostra A Arte do povo Kayapó Mekrãgnoti. Artefatos característicos e singulares compõem a curadoria da exposição, que está aberta a visitação de hoje até 14 de agosto. ;Cada artefato tem um significado único, com muitos símbolos associados;, conta o curador e organizador do projeto Cleber Oliveira.
Caçadores, pescadores e coletores, os Kayapó desfrutam diferentes áreas de produção. Da alimentação ao artesanato, vivem de riquezas naturais e fazem da natureza inspiração e fonte para criação manual. ;Nosso projeto documenta a tradição e guarda essa produção que está se perdendo, mas que conseguimos resgatar;. Segundo Cleber, fazer um catálogo que descreve a história e origem de artefatos tradicionais foi uma das soluções para manter a cultura viva, por isso, a abertura da mostra, que ocorrerá hoje, às 19h30, também marca o lançamento de um livro com coletânia de memórias indígenas. ;Documentamos a arte material e imaterial para as próximas gerações. O Catálogo da arte do povo Kayapó Mekrãgnoti é uma publicação que professores vão poder usar e apresentar aos alunos.;
Cantos
A noite também conta com apresentação de cantos e danças. Até hoje, os Kayapó mantêm viva a língua macrojê e, por meio da música, contam histórias antigas. ;Eles cantam a vida antes do contato com o mundo urbano. Descrevem a mata e o dia a dia nas aldeias.; No olhar do curador, os Kayapó são expressivos e fazem da oralidade a essência da comunicação. ;Eles falam quase cantando e valorizam muito a voz;, ressalta.
Artesanatos
A produção artesanal é dividida entre homens e mulheres. Segundo Cleber Oliveira, representando a arte confeccionada pelos homens, uma cestaria chamada Rará é um dos destaques da mostra. ;Ela é feita de palha de babaçu e é uma espécie de mala que só os mais velhos tinham o costume de fazer.; Já no artesanato das mulheres, o que mais chama atenção é a riqueza das pinturas. ;O grafismo é muito emblemático. Inspiradas nos animais e nos rastros que deixam no chão, as mulheres pintam com casca de árvores e jenipapo, além de trabalhar com miçanga.; Antigamente, os Kayapós não usavam roupas, eram as pinturas que enfeitavam o corpo. ;Também existe pintura de homem e pintura de mulher. Elas podem ter várias representações, como festa, funeral ou ritual de passagem;, completa o curador.
Espaço Cerratense
(Smdb cj. 12, Jardim Botânico)
(Smdb cj. 12, Jardim Botânico)
Até 14 de agosto. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
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