Proibido de deixar seu país na semana passada, o conhecido escultor iraniano Parviz Tanavoli denunciou neste domingo (10/7) que foi acusado pela Polícia de "alteração da ordem pública" - informou a agência de notícias Ilna. "Tomei conhecimento, esta manhã no tribunal, de que a Polícia me acusou de publicar informações falsas e de alterar a ordem pública", declarou o artista, depois de comparecer a uma corte especial que processa casos relacionados à cultura e à mídia.
[SAIBAMAIS]Ele teve seu passaporte confiscado pelas autoridades na semana passada, quando se preparava para viajar para Londres, onde lançaria o livro Mulheres europeias em lares persas (em tradução livre). O livro é uma coletânea de imagens de um período entre os séculos XVI e XX, que cobre as dinastias Safávida e Qajar. Entre elas, há imagens de mulheres nuas. Esse tipo de representação é proibido no Irã desde a revolução de 1979.
"Trabalhei durante 50 anos e até agora não tive problema com qualquer trabalho", destacou. Tanavoli é um dos mais conhecidos artistas iranianos. Suas obras são bem avaliadas no mercado e já foram expostas em instituições como o Museu Britânico, de Londres, e o MET, de Nova York.
Em seu país, recebeu críticas por seus vínculos com a monarquia do xá Mohammad Reza Pahlavi, derrubada pela Revolução Islâmica de 1979.