<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/07/11/539674/20160709172210132193u.jpg" alt="João e o irmão, Gregório Duvivier" /> </p><p class="texto"> </p><p class="texto">Quando João nasceu, em março de 1981, a cantora e compositora Olivia Byington precisou se reinventar. Diagnosticado com síndrome de Apert, uma anomalia genética na qual os ossos do crânio crescem desordenadamente, o bebê passou os primeiros meses de vida em hospitais e salas de cirurgia. Era preciso corrigir o crânio de João para que o cérebro pudesse se acomodar e para aliviar as dores. Ao longo da vida, ele passou por mais de 30 cirurgias, algumas bem-sucedidas, outras nem tanto, e todas extremamente dolorosas para a criança e para os pais. Olivia sofreu cada vez que entregou seu bebê para um enfermeiro, assim como foi doloroso lutar pela adaptação de João a um ambiente muito mal preparado para receber pessoas com necessidades especiais.<br /><br />Foi difícil lembrar de cada passo, mas foi também um conforto pensar que, ao escrever sobre a trajetória da família, Olivia estaria se comunicando com muitas mães na mesma situação. Foi o marido, o cineasta Daniel Filho, quem a convenceu a escrever O que é que ele tem?. ;Foi quase uma necessidade que tive de escrever esse livro;, conta Olivia. ;E o fato de ter um final muito feliz ajuda as pessoas que estão passando por situações semelhantes;. João tem hoje 35 anos, uma namorada e uma vida normal, sem mais sucessivas idas e vindas a hospitais. ;Mas não foi fácil. Escrever esse livro foi complicado. Tive que me concentrar para buscar essas memórias, é um trabalho árduo você entrar em memórias, escritos, guardados, em histórias que não são lembradas há muito tempo;, revela Olivia.<br /><br />O que é que ele tem? é uma história de superação, sobretudo para João, cuja condição resultou em muito sofrimento físico e psicológico. Mas é também uma história de coragem: Olivia aceitou o desafio da editora para que mergulhasse em episódios traumáticos. Com sinceridade, ela conta como rejeitou o filho ao receber a notícia da síndrome, logo após o parto, e narra o trauma de um estupro, violência que a desfigurou ainda na adolescência.<br /><br />Entremeados a momentos trágicos, há relatos autobiográficos que fazem parte da história da música no país. Olivia nunca cogitou deixar a carreira de lado e sempre procurou se dividir entre o palco, os estúdios e os filhos. Depois de João, ele teve outros três, entre eles o comediante Gregório Duvivier. ;Não sei como teria sido minha carreira sem essa carga de sofrimento que tive tão jovem;, reflete. ;E tenho uma coisa muito ampla de vida, não tenho aquilo de ;sou uma cantora e primeiro a minha carreira;. Nunca tive isso. Eu pinto, desenho, adoro escrever, cuidar de filho, adoro minha casa. Não sou esse bicho vocacional de tudo pela carreira.;</p><p class="texto"> </p><p class="texto"> <img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/07/11/539674/20160709172142581084e.jpg" alt="Teté Ribeiro foi à Índia para concretizar o sonho de ser mãe" /></p><p class="texto">Esperança<br /><br />Depois de sete anos de tratamentos e alguns abortos espontâneos, a jornalista Teté Ribeiro resolveu tentar um método nada convencional de ter filhos: alugou uma barriga na Índia e partiu para uma fertilização in vitro. O resultado são Rita e Cecília, duas menininhas de dois anos nascidas a mais de 15 mil quilômetros do Brasil e com muitas histórias para contar. Parte delas está no livro de memórias Minhas duas meninas, um relato nascido da vontade de registrar e esclarecer a própria trajetória. ;Eu queria que, se houvesse comentários, que fossem feitos por mim;, conta a autora, que manteve diários durante a gravidez e os primeiros meses de vida das meninas.<br /><br />Um dos maiores desafios, ela conta, foi a solidão. Gravidez não se esconde, a barriga cresce e todos em volta convivem com a expectativa da chegada de uma nova pessoa. Além disso, Teté lembra que a condição dá acesso a todo tipo de informação necessária: é possível pedir ajuda, questionar os médicos, dividir os medos. ;Ninguém fica grávida sozinha. E, no meu caso, foi muito solitário. Não tinha ninguém para perguntar o que queria perguntar;, conta.<br /><br />Minhas duas meninas não é apenas uma narrativa curiosa sobre uma brasileira que resolve gerar as filhas em uma barriga de aluguel em um país distante e de cultura bastante diferente. Teté também faz um relato tocante sobre a própria saga para engravidar, uma experiência que reflete dilemas e frustrações. Anterior à decisão de viajar à Índia existe um drama vivido por muitas mulheres: sessões de tratamento de fertilidade, retirada de óvulo, implantação e decepção diante do fracasso. Foram anos, segundo a autora, vividos como se estivesse grávida, com todas as precauções exigidas pelo tratamento, sem nunca conseguir levar a gravidez até o fim.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/diversao-e-arte/2016/07/09/interna_diversaoearte,211764/viniciusvive.shtml">aqui</a> para assinantes. 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