Diversão e Arte

Maria Rita fala sobre novo disco, vida pessoal e feminismo

Em novo trabalho, Maria Rita reafirma sua paixão pelo estilo musical

Adriana Izel
postado em 07/07/2016 07:00
Maria Rita: identificação com o samba e desejo de abraçar o povo e a identidade brasileira
De uma família musical, era esperado que Maria Rita se tornasse cantora. Ela até demorou a começar a cantar profissionalmente, por volta dos 24 anos. No início, não gostava das comparações com a mãe, Elis Regina. Um tempo depois, abraçou o legado da matriarca com o show Redescobrir, em que revisitava o repertório de Elis.

Se começou a carreira flertando mais com a música popular, um tempo depois, Maria Rita assumiu a veia sambista lançando dois discos dedicados ao estilo, Samba meu (2007) e Coração a batucar (2014). No ano passado, viajou o Brasil em turnê com o projeto Samba da Maria, em que prestava uma homenagem às mulheres do ritmo. Neste ano, manteve a trajetória na vertente com o CD e DVD O samba em mim ao vivo na Lapa.

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O disco é uma afirmação do lado sambista de Maria Rita, que, no gênero, fica mais solta, mais brincalhona, ;mais ela;, como a cantora gosta de explicar. ;Eu sou assim. Tenho uma amiga que, quando viu o show do Samba meu na Fundição Progresso, falou: ;Agora, todo mundo te conhece de verdade;. Porque com o disco Maria Rita eu tinha uma coisa mais reservada;, explica. ;No samba, eu me sinto mais eu;, completa.

Mesmo muito reservada, Maria Rita tem revelado sua vida pessoal com o marido, Davi Moraes, e os dois filhos, Alice e Antonio. Ao Correio, a cantora contou sobre sua relação com o samba, relembrou a mãe e falou da vida particular.

Você começa o DVD O samba em mim com a música É corpo, é alma, é religião, composição de Arlindo Cruz, Rogê e Arlindo Neto. A letra fala ;eu não nasci no samba, mas o samba nasceu em mim;. Você acha que essa música explica sua relação com o samba?
Essa música foi escrita para mim. Os meninos escreveram para mim. (risos). Olha eu, cheia de intimidade... É porque depois que você tem filho, todo mundo vira um pouco seu filho, seu menino. Mas tenho uma identificação total, completa, mais do que isso, essa música me explica. Sou eu.

Foi por isso então que você a escolheu para iniciar o DVD?
Na verdade, não. Tem mais a ver com o arranjo que a gente fez para ela. Porque esse disco foi gravado ao vivo, todo mundo cantando ao mesmo tempo. Mas é aquele ao vivo dos anos 1970, como era feito antigamente. Meio falhado. Eu sempre preferi gravar meus discos assim. Todo mundo olhando nos olhos do outro. Tem uma mágica diferente. É engraçado que essa música não estava nessa ordem, mas esta coisa de roda, da palma da mão tradicional, do pé no chão fez com que fosse a primeira do DVD. Na hora que fui montar o roteiro do show e da turnê; era como se tivesse que chamar a plateia.

Em O samba em mim, você aparece dançando bastante, bem brincalhona, de forma informal. Esse é o lado da Maria Rita sambista ou tem mais a ver com o seu jeito mesmo?

Eu sou assim. Tenho uma amiga que, quando viu o show do Samba meu na Fundição Progresso, falou: ;agora todo mundo te conhece de verdade;. Porque com o disco Maria Rita eu tinha uma coisa mais reservada. Eu não deixo de ser uma pessoa reservada. Mas, ao mesmo tempo, sou brincalhona, farrenta, boca mole. Eu não tinha mostrado esse lado ainda. São coisas de carreira. O meu primeiro disco foi algo guardado, mais blindado. Acho que você matou a charada, no samba, eu me sinto mais eu.

Recentemente você esteve no primeiro episódio do retorno de TV Mulher e as pessoas se surpreenderam com a sua entrevista por você ter falado abertamente sobre vários assuntos, inclusive de sua mãe, da morte dela...

Foi muito emocionante, foi forte, fiquei lisonjeada que pensaram em mim para abrir o programa. Não falo isso para ser fofinha ou polida, porque não sou assim. De verdade, eu fiquei superfeliz. A ideia partiu deles e, eu e Davi, a gente preserva muito nossa intimidade. Mas achei de uma generosidade da produção e falei que queria fazer essa surpresa para a Marília (Gabriela, apresentadora do programa) de levar a Alice. Eles foram atenciosos. Foi algo de uma sensibilidade muito grande. A Alice nunca tinha participado de nada disso. Foi muito bonito, fico até emocionado de lembrar disso. Esse é um momento da minha vida de redescobrir, de trazer minha mãe para dentro de casa. Foi muito valioso ouvir aquela carta. Fazer parte do programa.
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