<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/06/01/534305/20160531181315775705o.jpg" alt="Luiz Ruffato retoma temática histórica em romance epistolar" /> </p><p class="texto"> </p><p class="texto">Uma série de contos sobre personagens do Rio de Janeiro que moram em Copacabana. Um cronista tardio, que larga o emprego de professor de uma universidade pública para se dedicar inteiramente à literatura e acaba por produzir um belo livro de crônicas. As memórias de uma família durante a ditadura militar e um imbróglio com direito a nazismo e julgamentos em plena Copacabana do século 21. A lista de temas é tão variada quanto o panorama da literatura contemporânea. O Diversão fez uma seleção com títulos que merecem uma espiada, alguns que podem se esgotar, inclusive, em único fôlego se o leitor tiver tempo, e outros cuja linguagem pode ser degustada com tempo.<br /><br /><br /><strong>Crônicas</strong><br />Cristovão Tezza só conseguiu colocar em prática o projeto de fazer exercícios físicos quando descobriu que era possível ler enquanto caminhava na esteira. Geringonça, segundo o escritor catarinense radicado em Curitiba, é uma palavra que cumpre exatamente o que promete. Os livros brasileiros eram preferência nas listas de mais vendidos em 1974. Em 2013, não havia um livro brasileiro entre os best-sellers. Ah, e às vezes, o cronista tem crises de imaginação. Para isso, ele sugere que se crie no Brasil um Ministério das Crônicas de Terças-feiras. São muitos os temas que cabem nas crônicas de Tezza. <em>Máquina de caminhar</em> reúne 64 textos publicados nos últimos seis anos na Gazeta do Povo, no qual o escritor mantém uma coluna.</p><p class="texto"> </p><p class="texto"><strong>A máquina de caminhar</strong><br />De Cristovão Tezza. Record, 192 páginas.<br />R$ 37,90<br /><br /><strong>Uma Copacabana nada festiva</strong></p><p class="texto"> </p><p class="texto">Regina perdeu o marido e, a pedido do casal de filhos, trocou o apartamento grande no Jardim Botânico por um conjugado em Copacabana. A filha queria mais espaço para ela e o marido e achava que a mãe não precisava mais de muitos metros quadrados depois da morte do pai. Em um quarto de hotel em Nova York, um casal está prestes a viver um triângulo com um brasileiro contratado por uma noite. Durante uma viagem à Itália, um milionário brasileiro é surpreendido por ameaça conduzida pela ex-mulher insatisfeita com o acordo financeiro pós-divórcio. Os personagens de Edney Silvestre em<em> Welcom to Copacabana & outras histórias </em>carregam uma tensão e espelham caráter duvidoso. Nem sempre é fácil simpatizar com eles. <em>Welcome to Copabacana</em> é o primeiro livro de contos de Silvestre e expõe uma certa decadência e desencantado refletidos em personagens ora solitários, como Regina, ora desiludidos, como o michê. Elegante, a narrativa de Silvestre é sempre envolvente e captura o leitor do início ao fim.</p><p class="texto"><br /><strong>Welcome to Copacabana & outras histórias</strong><br />De Edney Silvestre. Record, 352 páginas. R$ 39,90<br /><br /><strong>Nazismo e Rio de Janeiro</strong></p><p class="texto"><br />Ronaldo Wrobel, que em 2011 foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura com Traduzindo Hannah, constroi uma aventura enraizada em dois continentes ao narrar a história de um neto e uma avó. Ronaldo, o personagem, precisa viajar à Alemanha depois de receber um telefonema de juíza envolvida em processo histórico que tem o nazismo em uma das pontas. Filha de judeus e cristãos, a avó do personagem imigrou para o Brasil para escapar da guerra. Mas deixou no continente natal meia vida de paixões, traições e intrigas. E é com isso que Ronaldo se depara ao descobrir um diário. <em>O romance inacabado de Sofia Stern</em> é leitura leve e intrigante, com enredo pontuado por aventura e mistérios.</p><p class="texto"><br /><strong>O romance inacabado de Sofia Stern</strong><br />De Ronaldo Wrobel. Record, 256 páginas. R$ 39,90<br /><br /><strong>Guardiã de memórias</strong></p><p class="texto"><br />Esperança sempre foi ;essa menina;. Nunca foi, como ela mesma diz, protagonista. Está mais para testemunha. Nessa condição, viu e ouviu muita coisa, tanta coisa que decide colocar tudo no papel antes que a memória falhe. Esperança, afinal, está com 80 anos. Vive em Paris, mas a história que ela conta começa no interior do Brasil, num tempo em que política era coisa perigosa. Integrante do Partido Comunista, o pai da menina é o verdadeiro protagonista dessa história, da qual a narradora dá indícios logo nos primeiros capítulos, quando os soldados de Getúlio entram em sua casa e não encontram a fotinho suspeita de uma menina de cabelos negros e laços de fita nascida atrás das grades. A estreia literária de Tina Correia, professora aposentada da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, é de uma delicadeza comovente. Esperança é a narradora e fala de um Brasil antigo e conturbado <em>Essa menina ; de Paris a Paripiranga</em>.<br /><br /><strong>Essa menina ; de Paris a Paripiranga</strong><br />De Tina Correia. Alfaguara, 170 páginas. R$ 39,90<br /><br /><strong>Um romance epistolar</strong></p><p class="texto"><br />Luiz Ruffato cresceu em um bairro operário de Cataguases (MG) na época da ditadura, mas ninguém falava no regime. Essa tensão de um tema onipresente mas jamais citado inspirou a vontade de fazer um livro no qual o personagem nunca fala diretamente sobre sua própria condição. Nas cartas enviadas pelo filho à mãe em <em>De mim já nem se lembra</em>, desfila uma certa realidade brasileira nem sempre explícita. Escrito originalmente em 2007 e publicado por uma editora didática, o livro não chegou a circular e ficou restrito ao círculo escolar. Agora, depois de alguns ajustes, Ruffato publica novamente essa história comovente de um maço de cartas descobertas após a morte da mãe. Escritas por um irmão morto em um acidente de carro, as cartas transportam o personagem para afetos e traumas passados na voz de alguém há muito ausente. ;Quando criança, eu morava num bairro operário onde a presença da ditadura se dava pela ausência dela. Não se falava sobre ditadura;, conta Ruffato. ;Por outro lado, as pessoas mais importantes daquele bairro eram as pessoas ausentes, filhos ou pais que tinham saído da cidade para trabalhar em São Paulo e viravam uma espécie de lenda. Essas duas grandes ausências faziam parte do meu imaginário de ditadura quando criança. A ditadura não é um assunto nas cartas, não é algo que se fale sobre, mas está totalmente presente. E, por outro lado, o personagem mais importante é exatamente aquele que não está presente, o irmão.;</p><p class="texto"><br /><strong>De mim já nem se lembra</strong><br />De Luiz Ruffato. Companhia das Letras, 136 páginas. R$ 34,90</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://publica.impresso.correioweb.com.br/page,274,41.html?i=207996=da_impresso=da_impresso_130686904244">aqui</a> para assinantes. 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