Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Elenco de 'O outro lado do paraíso' comenta sobre longa e fala de política

Filme tem pré-estreia exclusiva para convidados em São Paulo e chega aos cinemas do país em 2 de junho

São Paulo - Com pré-estreia, nesta terça-feira (24/5), restrita a convidados, no Liberty Mall, o filme O outro lado do paraíso foi apresentado, em São Paulo, com uma equipe que sobressaltou o tom político do drama de época, e a atual conjuntura, para muitos, atrelada a golpe. Baseado em conto de Luiz Fernando Emediato, também coprodutor da fita, a obra aborda a construção da cidadania do menino Nando (Davi Galdeano). "Quando você vê o que está acontecendo, ao redor, há a curiosidade por se saber mais ainda", comentou o garoto que, nas telas, está vinculado ao golpe de 1964.

"O longa é sobre a construção de Brasília e sobre um golpe", enfatizou a atriz Simone Iliescu, protagonista feminina. Pai dela, na ficção, em que interpreta o avô de Nando, Jonas Bloch estava inconformado e traçou paralelo entre o filme e o atual momento político, para ele, dominado por "uma máfia que se apoderou do poder"."A arte exerce um papel crucial: ela leva à forma subjetiva de pensamento, na qual existe a reflexão e a outros espectros de visões. Com a arte, formamos uma opinião baseada em outros ângulos", completou a atriz Stephane de Jongh, que interpreta uma professora do menino, crescentemente, envolvido com literatura.

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"Os livros mudam as pessoas e as pessoas mudam o mundo", diz Luiz Fernando Emediato, envolvido intimamente com o enredo, e até compromissado, financeiramente, com a fita. "Só a cidade cenográfica consumiu R$ 1 milhão dos R$ 8,8 milhões reservados ao orçamento, R$ 3 milhões saíram da minha produtora de livros, o filme foi custeados, estupidamente, em boa parte pelos produtores", diverte-se.


Leitor compulsivo, o pai de Emediato inspirou a obra, com direito a prêmios nos festivais de Brasília e de Gramado. "É uma história real; mas meu pai era mais vulcânico, doido e agitado", disse. Intérprete do pai da ficção, o ator Eduardo Moscóvis, arrematou "Cada vez mais, no mundo, a gente se programa e fica pragmático. Este filme resgatou meu lado lúdico, meu lado sonhador". O outro lado do paraíso chega aos cinemas, em 70 salas, a partir de 2 de junho.