Depois de protesto contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff da presidência, a equipe do filme pernambucano Aquarius se tornou alvo de críticas nas redes sociais. Através da hashtag #BoicoteAquarius, impulsionada nesta quarta-feira (18), internautas têm promovido uma ação contra a produção. "Querem dinheiro para produção fraca de cinema e teatro, enquanto o povo enfrenta o SUS e o desemprego", escreveu um internauta. "Se mamou nas tetas do Governo e defendeu o PT, para mim não é cultura e nem digno", publicou outro.
"Não vou assistir a um filme que foi produzido por canalhas que defendem o governo mais corrupto da história desse país, FORA PT", publicou um usuário do Twitter. Além dos comentários negativos, algumas pessoas manifestaram apoio ao longa dirigido pelo cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho: "A crítica internacional aclamou Aquarius, mas como sempre, o brasileiro insiste em boicotar sua própria cultura...".
A polêmica em torno da produção começou nesta terça-feira (17), durante o Festival de Cannes. A equipe do filme segurou cartazes e estendeu a faixa "Stop coup in Brazil" ("Parem o golpe no Brasil"). As mensagens denunciavam que "O Brasil não é mais uma democracia", "O mundo não pode aceitar o golpe" e "Nós vamos resistir". Quando diminuídas as luzes para o início da sessão, o apresentador da transmissão ao vivo de Cannes comentou o caso: "O filme está prestes a começar. As luzes no auditório foram diminuídas. Nós estamos diante de um momento muito mais político do que esperávamos. É um novo olhar sobre o Brasil, sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles denunciam que o país não é mais democrático."