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Já vimos! Saiba o que esperar do filme 'X-Men: Apocalipse'

Longa-metragem mantém o padrão dos títulos anteriores lançados pela franquia de heróis e vilões mutantes

Parece que desde o seu retorno, com X-Men: Primeira classe (2011), a franquia sofre com críticas antecipadas. Fãs reclamaram do visual colorido dos personagens nas primeiras fotos de divulgação do recomeço da série e, desta vez, as queixas vieram por conta dos trailers de X-Men: Apocalipse, que não chegaram a empolgar tanto quanto outros filmes recentes de super-heróis, a exemplo de Capitão América: Guerra civil ou Batman vs. Superman: a origem da justiça. É um receio infundado, no entanto.

O terceiro filme da nova franquia mantém o padrão dos episódios anteriores. Bryan Singer, dirige pela quarta vez um capítulo da saga dos mutantes no cinema: após passar pelos dois primeiros X-Men (2000 e 2003) e comandar também a última adaptação (X-Men: Dias de um futuro esquecido, de 2013), é mais do que esperado que o diretor conheça bem a história e os personagens. O mesmo vale para o roterista, Simon Kinberg, responsável por outros dois longas.

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Certamente o episódio com mais contornos religiosos, a trama envolve o retorno do primeiro e mais antigo mutante da civilização, En Sabah Nur (Oscar Isaac). Venerado como um deus desde eras mais antigas e também conhecido como Apocalipse, o mutante desperta nos anos 80, após passar mais de 30 mil anos em hibernação, buscando criar uma nova ordem mundial, regida apenas pelos mais fortes, os mutantes. Para dar andamento à missão, ele reúne quatro cavaleiros (sim, uma inspiração bíblica): Magneto (Michael Fassbender), Olivia Munn (Psylocke), Tempestade (Alexandra Shipp) e Anjo (Ben Hardy). E, claro, o ajuda do Professor X (James McAvoy), Mística (Jennifer Lawrence), Fera (Nicholas Hoult) e outros X-Men irão reunir forças para enfrentar o poderoso inimigo.

Apesar das várias referências religiosas, não há muitos aprofundamentos no tema. Inicialmente desenvolvida como uma espécie de ira divina e vontade de purificar a humanidade, a motivação final do vilão acaba sendo aquele batido desejo de dominar o mundo e nada muito além disso. É um ponto fraco, mas que não chega a comprometer.

Cenas de ação bem feitas, atuações boas, efeitos visuais competentes e um econômico, mas eficiente, senso de humor dão o tom do filme. O forte mesmo está na ambientação e caracterização dos personagens. Desde o primeiro X-Men, a equipe criativa responsável pela franquia parece não ter medo fazer adaptações e se libertar um pouco da matéria-prima original. Nem tudo é necessariamente fiel aos quadrinhos, mas a essência dos personagens e das tramas é mantida. O ótimo elenco original ganha bons acréscimos com Sophie Turner (Jean Grey) Kodi Smit-McPhee (Noturno) e Tye Sheridan (Ciclope), encarnando alguns dos mutantes mais famosos e que ainda não haviam aparecido na nova equipe.