Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Mogli e uma penca de outros filmes invadem o circuito de cinema

Predomínio das opções é direcionado para público infantojuvenil e adultos que curtem filmes alternativos


Entre os filmes que estreiam hoje no circuito nacional, as maiores opções se voltam para o público infantojuvenil. Dos mais aguardados longas do ano, Mogli - O menino lobo invade as telas, no padrão de exibição 3D. Na verdade, a narrativa traz nova roupagem para um sucesso escrito nos anos de 1890 pelo autor Rudyard Kipling.

Selecionado entre milhares de candidatos, o estreante ator Neel Sethi encabeça o longa dirigido por Jon Favreau (de Homem de Ferro). Na fita, Mogli tem pela frente uma lúdica missão pessoal, desde o nascimento, no meio de lobos. Tirado da convivência com os animais mais íntimos, pela intromissão do tigre Shere Khan, o menino parte para aventuras, ao lado do urso Baloo e da pantera Bagheera, no enredo assinado por Justin Marks (que desenvolverá Top Gun 2).

Um dos charmes da fita está no uso das vozes de artistas consagrados como Bill Murray, Scarlett Johansson e Lupita Nyong;o. Também originado na literatura, mas no caso da brasileira Lúcia Machado de Almeida, O escaravelho do diabo é a atração juvenil com raro selo nacional.

A morte do jovem Hugo deflagra uma crise na pequena cidade Vale das Flores, no longa dirigido por Carlo Milani. A simbólica associação da imagem de um escaravelho com o crime (com uma carreira de vítimas ruivas) aciona a imaginação de Alberto Maltese (Thiago Rosseti) que, ao lado do delegado Pimentel (Marcos Caruso), se empenha em solucionar mistérios do lugarejo.

Ainda no campo dos assassinatos, a aventura Mente criminosa reúne dois talentos do momento, em Hollywood: Ryan Reynolds (de Deadpool) e Gal Gadot (a Mulher-Maravilha das telas). No filme novo, assinado por Ariel Vromen e que conta com Tommy Lee Jones e Kevin Costner no elenco, há substituição de um morto agente da CIA, de modo inventivo: por meio de avanços genéticos, ele doa memórias para um prisioneiro que terá tempo cronometrado para solucionar uma crise que envolve terrorismo.

Noutra onda


Dois filmes, ao lado do curioso título O presidente (assinado pelo iraniano Mohsen Makhmalbaf), movem o curso alternativo de exibições em cinema: Truman e É o amor. No primeiro, de Cesc Gay, tríplice coroa do cinema argentino entra em cena: Dolores Fonzi divide a tela com Javier Cámara e Ricardo Darín. O consagrado Darín (O segredo dos seus olhos) interpreta Julián, homem doente que pretende se despedir da vida. Uma lista impressionante de prêmios acompanha a fita: seis prêmios Goya, cinco destaques no Círculo dos Roteiristas da Espanha e nada menos do que 11 indicações aos Gaudí (distinções da Academia de Cinema da Catalunha).

Ainda no campo das relações humanas, fraternais e amorosas, o veterano diretor Paul Vecchiali volta à cena, com mais de 80 anos, com o longa É o amor. Estrelado por Astrid Adverbe, Julien Lucq e o próprio Vecchiali, o filme retoma tema já explorado, em 1988, com Once more, fita concorrente ao Festival de Veneza: o amor visto de várias possibilidades. Num cenário litorâneo, Odile suspeita da fidelidade de Jean, e buscando recompensa para a traição, se envolve com Daniel (Pascal Cervo) que, pela vez, vive relação amorosa com Albert (Frédéric Karakozian).
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