Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Rede do bem: Poder transformador da música habita o Paranoá

Centenas de crianças tiveram mudanças impulsionadas pela frequencia numa pequena escola de música

Em 2007, em um galpão semicoberto no Varjão, o maestro Valdécio Fonseca, militar formado em música, decidiu dar sequência ao sonho de formar uma banda sinfônica com jovens de comunidades carentes. Na época, reuniu 30 aprendizes e começou a dar aulas. Liliane Aparecida dos Santos tinha 16 anos e ouviu falar da banda. Pensou que era mais um projeto social interessado em capitalizar atenção e patrocínio para depois desaparecer, mas se deixou convencer por um amigo e foi conferir. Meio desconfiada, começou a ter aulas de trombone. A mãe acabara de morrer e o pai, que trabalha como motorista, não via futuro na música. Mesmo assim, ela continuou a frequentar as aulas.

[SAIBAMAIS]Para surpresa de Liliane, o projeto não acabou e o interesse pela música cresceu tanto que ela fez disso uma profissão e um estilo de vida: casou-se com um colega do projeto, o percussionista Weksson Reis, com quem tem uma filha, e hoje dá aulas no projeto. É uma das funcionárias do Música e Cidadania, que cresceu e hoje atende 273 jovens entre sete e 18 anos. ;O poder de transformação social da música é absurdo. É um respeito que eles levam para a vida. Não é só a disciplina. É a noção de que um não é melhor que o outro;, aponta Valdécio.

Para Liliane, hoje com 24 anos, um mundo de possibilidades se abriu quando ela soprou na boca do trombone pela primeira vez. ;A música transforma. Transformou a minha vida. Minha família começou lá;, conta a menina, cujo pai continua achando que música não dá futuro e nunca presenciou uma apresentação dela. Este ano, ela entrou para o curso de música da Universidade de Brasília, com o marido.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.