Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Histórias em quadrinho têm sido guias para explicar Oriente Médio

Pesquisador defende queas HQs com narrativas que falam do Oriente Médio são uma maneira de fugir de visões contaminadas pela cultura ocidental

Por mais que visões sobre Oriente Médio façam parte do imaginário e exerçam fascínio, a complexidade da cultura e da política da vasta região dificultam bastante um entendimento mais claro e livre de estereótipos. Histórias em quadrinhos que abordam a temática (como o recém-lançado Árabe do futuro 2) podem ser um guia para conhecer mais profundamente as características e particularidades do local.

;Muitos, por desconhecerem a história da civilização árabe-muçulmana, tendem a homogeneizar um vasto mundo, o que, na verdade, é falso;, explica o professor de língua e cultura árabe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Baptista Vargens, que estuda o tema há mais de 40 anos. As HQs com narrativas que falam do Oriente Médio são uma maneira de fugir de visões contaminadas pela cultura ocidental e alcançar uma abordagem mais humana e sensível, acredita o pesquisador Vinicius Rodrigues.

Doutor em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com uma pesquisa sobre quadrinhos, Rodrigues ressalta que as obras do gênero podem oferecer uma visão mais próxima da realidade local. ;É importante olhar a cultura do Oriente Médio pelo viés de quem, de fato, a viveu e conviveu com todas as questões problemáticas.;

De fato, os clássicos do universo dos quadrinhos que falam da cultura árabe carregam uma carga muito forte da experiência dos autores, em geral egressos do oriente. O relato e a autobiografia dominam as produções. Joe Sacco (Palestina e Notas sobre gaza), Marjane Satrapi (Persépolis) e Riad Sattouf (Árabe do futuro) são autores que agradaram crítica e público, utilizando as próprias histórias no Oriente Médio como ponto de partida.

O filtro imposto por outras culturas é uma das grandes razões para que quadrinhos baseados nas experiências pessoais no oriente tenham tanto destaque. As obras representam o mundo árabe por quem esteve lá e mistura as experiências às impressões particulares de cada autor. ;Essa visão de testemunha chega a ser uma necessidade para dar uma voz legítima sobre a questão;, destaca Rodrigues.

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