Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Mikael Guedes, conhecido por Omik, lança primeira exposição individual

Na onda de outros artistas urbanos da cidade ele evidencia a força da arte que nasceu nas ruas



O homem sempre se expressou através das paredes. Divergências antropológicas à parte, os traços pré-históricos humanos continuam a acontecer, mas, obviamente, sofreram drásticas mudanças ao longo dos anos. Em vez de cavernas em lugares inóspitos, agora, a arte urbana é quem colore os muros por vezes cinzentos ou esbranquiçados de cidades de todo o mundo. Mais que meros rabiscos, essas intervenções se revestem de função sociopolítica. Em Brasília, é crescente o número de artistas que empunham lata de tinta em spray e até pincéis para dar novo significado a paisagem da cidade. Mikael Guedes, sob alcunha de Omik, é um deles.

Além do que prazer estético de restaurar espaços outrora esquecidos da capital, o artista engrossa a lista de nomes ; à qual se incluem Toys e Pomb, para citar dois exemplos ; que saem das ruas para ver os traços expostos em galerias de arte. Na última semana, entrou em cartaz a exposição Invento, a primeira mostra individual de Mikael Guedes, na Galeria ; Art, Tattoo e Hair. O espaço não tem aura sisuda. Já nasceu com esse propósito voltado para a promoção do grafite e da arte urbana, a exemplo do que fazem alguns endereços em grandes capitais, como o Rio de Janeiro e São Paulo.

As 11 telas foram produzidas em menos de um mês, com influência nítida de duas viagens que mudaram a percepção de Omik da realidade. A primeira delas aconteceu na virada do ano, quando foi convidado para participar do Universo Paralelo, festival de cultura alternativa realizado na praia de Pratigi, no sul da Bahia. ;Para mim, foi uma loucura, porque não gosto de música eletrônica. Querendo ou não, a estética das minhas pinturas ficaram muito diferentes no ambiente litorâneo. Foi algo improvável;, diz.

Outro roteiro que o cativou foi o convite para pintar a Street River, autointitulada a primeira galeria de arte fluvial da Amazônia. Em Combu, ilha situada em Belém, Omik, Toys e outros cinco artistas revitalizaram as casas ribeirinhas. Com origem indígena, Omik se surpreendeu com as dualidades da Amazônia, do silêncio natural aos sons emitidos pelos animais que ali habitam.


Invento
Galeria ; Art, Tattoo e Hair (502 Sul, Bl. C), até 5 de abril. Visitação de segunda a sábado, das 11h às 18h. Entrada franca. Livre para todas as idades.

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