[FOTO1] Perda, traição, abandono e frustração. Esses são alguns dos sentimentos tratados por Maurício de Almeida em seu segundo livro, A instrução da noite. A trama familiar gira em torno de um homem comum, em uma vida comum, com seus problemas comuns, mas tem sua realidade abalada quando o pai, há muito desaparecido, retorna com uma demanda que exige do protagonista lidar com seus fantasmas e frustrações do passado.
Dialogando com a literatura de Osman Lins e Raduan Nassar, Maurício cria metáforas para trabalhar os sentimentos mais densos que o homem carrega durante a vida, influenciando as escolhas mais importantes do indivíduo.
O antropólogo Maurício de Almeida, paulista, morador de Brasília há seis anos, promete surpreender mais uma vez com seu estilo de escrita. Envolvido na literatura desde jovem, se percebeu escritor com os primeiros poemas e letras de música que escreveu quando ainda adolescente. ;Eu frequentava sebos todos os dias. Tinha um hábito de ler muito e também escutar músicas;, conta. ;Acho que como todo escritor, a coisa começou ali.;
Sua primeira publicação, Beijando dentes, ganhou em 2007 o prêmio Sesc de literatura na categoria contos. O projeto do livro surgiu em uma oficina de literatura quando Maurício passou pelo momento crítico de todo escritor. ;Foi ali que comecei a produzir com consciência a literatura. A ler e entender como as coisas funcionavam;, explica.
Duas perguntas // Maurício de Almeida
Quais são os planos para o futuro após o lançamento?
Eu já estou com um projeto novo em andamento. Eu consegui uma bolsa da Biblioteca Nacional para escrever meu próximo livro então já adianto que meu novo romance deve estar pronto no meio do ano. Além disso ainda continuo escrevendo para teatro. No mês que vem, uma peça escrita por mim e um amigo vai receber uma leitura dramática lá em Campinas.
Como você acha que está a situação do mercado de literatura nacional?
Ao mesmo tempo que o país está passando por uma crise política e econômica, que tem resultado no fechamento de editoras grandes, está acontecendo uma abertura para uma nova literatura. O número de publicações de pequenos autores, sejam em editoras menores ou internet. Isso acaba gerando espaço para novos gêneros também. Muitos poetas estão surgindo, contistas. São gêneros que antes não tinham o valor bem reconhecido e agora estão aparecendo mais. Além disso, esse efeito tem tirado a literatura do eixo Rio - São Paulo. Eu observo autores do centro-oeste, nordeste, norte e outros. Pessoas muito boas que não teriam esse espaço nos mercados maiores que sempre fomos acostumados.
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