Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Personagens com sexualidade dúbia brilham na história do Oscar

Histórico da premiação é povoado por uma ampla galeria de tipos que se alinham em várias vertentes sexuais

 

No mundo das siglas e de rótulos sempre dispensáveis, o esclarecedor Manual de Comunicação LGBT bem ilustra filões da identidade de gênero. Entre conceitos de androginia e convicções sexuais, termos como transexuais, passíveis de intervenção cirúrgica para troca de sexo; travestis, detidos em adotar indumentária do gênero oposto e transgênero (que transitam entre os gêneros), se clarificam.


A temporada do Oscar, que contempla a composição de Eddie Redmayne para o transexual de A garota dinamarquesa, traz um bom momento para relembrar o tratamento do prêmio máximo do cinema junto à diversidade. Até hoje um marco, O ano em que vivemos em perigo (1982) trouxe Linda Hunt como a primeira e única atriz a receber o prêmio, ao representar personagem de sexo oposto, no caso o fotógrafo anão Billy Kwan, no politizado filme de Peter Weir.


Sem prêmios ou indicações, Johnny Deep, Barbra Streisand e Philip Seymour Hoffman (vivendo uma drag queen, em Ninguém é perfeito, de 1999) já tiveram papéis, travestidos, em fitas como Antes do anoitecer e Yentl. Exemplar no quesito abrangência, o ganhador do Oscar Pedro Almodóvar é diretor, entre outros, que sabe criar balaio de gato, independentemente de rótulos, com personagens que habitam filmes como Tudo sobre minha mãe (1998) e A pele que habito (2011). Veja abaixo, sem tarjas classificatórias, os impulsos sexuais diversos já mostrados na sétima arte.


Café da manhã em Plutão (2005)

Abandonado nos anos 1970, e embalado em criação repressora, Patrick (Cillian Murphy) é o protagonista do livro de Patrick McCabe adaptado para as telas pelo irlandês Neil Jordan. Londres, na trama, será sinônimo para seu processo de libertação sexual.


Minha vida em cor-de-rosa
(1997)
Acompanhado pela complacente presença de uma fada amigo, pequeno Ludovic tem, além de numerosa família, a percepção de que deveria ser menina. A acolhida dos parentes, porém, oscila, à medida que o menino se rebela, neste filme do belga
Alain Berliner. Vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.


Orlando - A mulher imortal (1992)

Baseado em obra de Virginia Woolf, o enredo se estende por 400 anos: nesse tempo, Orlando é um homem beneficiado pela Rainha Elizabeth I. Passadas desilusões amorosas, renasce, como mulher, no século 18 de Londres, com repulsas frente a um
casamento arranjado. Filme cult assinado por Sally Potter.

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