Consagrado na internet por estrelar o fenômeno viral que foi Oração, clipe d;A Banda Mais Bonita da Cidade, o cantor e compositor curitibano Leo Fressato não podia prever que voltaria a ser assunto nas redes sociais, quatro anos depois, por uma razão negativa. Nesta terça-feira, (26/01), o artista publicou o vídeo de Eu não sei você mas eu sou sapatão, gravado com a banda que o acompanha ao vivo.
O registro simples em estúdio tornou-se alvo de críticas graças à letra da canção, que faz referência à comunidade lésbica como ícone dos relacionamentos apaixonados. "No primeiro encontro a gente beijou e riu igual criança/E no segundo eu já quis fazer a mudança", brinca a composição já nos primeiros versos.
A comparação com os relacionamentos entre mulheres desagradou internautas, que registraram desconforto alegando que houve invasão do espaço de fala partindo de um homem. "Você não sabe nada do que é ser lésbica, do que é sofrer violência por estar com a sua namorada na rua, ser expulsa de casa, de toda a lesbofobia que lésbicas sofrem. (...) Que música infeliz e desrespeitosa", comentou uma usuária do Youtube.
"Não, você não é sapatão, você não sabe o que é ser lésbica, nunca vai saber e nós não somos apenas esse estereótipo que você colocou em sua música. Empatia zero," reforçou outra mulher nos comentários do vídeo. Desde a publicação da gravação, seguiram-se dezenas de observações no mesmo sentido crítico.
Fressato usou sua página oficial no Facebook para comentar o caso, ressaltando que se arrepende por ter desagradado parte das mulheres que ouviram Eu não sei você...: "Desde já minhas desculpas formais, já que definitivamente meu intuito não é reforçar o preconceito nem ofender as mulheres e nem as lésbicas (que amo, admiro e respeito)" escreveu ele nesta quarta.
O cantor ainda afirmou que vem refletindo sobre a própria composição desde as primeiras críticas. "Estou lendo os comentários e concordo em grande parte com as questões levantadas. Às vezes a gente não enxerga todas as facetas e acaba ofendendo justamente as pessoas que não estamos querendo ofender", observou, pedindo desculpas em seguida.
Leo se diz aberto ao diálogo e disposto a considerar a delicadeza dos temas ligados às minorias que sofrem perseguições por orientação sexual. "Faço parte de algumas lutas e entendo que o assunto é delicado e complexo. As lutas de gênero e sexualidade são sim assuntos relevantes e urgentes para mim. Por isso acho de suma importância em breve falar mais sobre o assunto de maneira mais profunda", escreveu o músico, que promete voltar a tratar do tema com um texto mais amplo.
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