O ano de 2015 terminou com um lote de boas exposições e as próximas duas semanas são as últimas para conferir um circuito que já começa a se preparar para uma nova temporada. Há muito, janeiro de ser um mês morto para a cultura brasiliense e a agenda de grandes instituições, como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e Caixa Cultural, iniciam temporada nos primeiros meses do ano. Enquanto a nova programação não chega, vale um passeio pela região central da cidade para ficar em dia com a agenda.
Visitação até 17 de janeiro, de
terça a domingo, das 9h às 21h,
na Caixa Cultural Brasília
(SBS, Qd. 4, Lt. 3/4)
Durante três anos, a gravadora Leda Watson percorreu ateliês de artistas do Distrito Federal em busca de obras que pudessem contar uma parte da história da arte brasiliense. Para a galeria, Leda trouxe 12 artistas, entre eles figuras históricas na produção da cidade, como Milan Dusek,Milton Ribeiro, Darlan Rosa, Omar Franco e Betty Bettiol.
Além da seleção das obras, a curadora e artista também realizou uma série de entrevistas com a intenção de documentar a história da cidade. ;Foi difícil conseguir produtor, fazer o registro das entrevistas, batalhar patrocínio;, contou Leda.
Até 16 de janeiro, de segunda
a sexta, das 12h às 19h, na
Referência Galeria de Arte
(205 norte, Bl. A, Lj. 9, Asa Norte)
O nome de João Angelini é frequentemente associado a performances e instalações, mas de uns tempos para cá o interesse pela pintura fez o artista voltar para um mundo que já conhecia bem, mas do qual andou distante. A seco é o resultado de uma pesquisa que tem início na pintura realizada com a retirada de camadas de tintas em superfícies como paredes e chãos.
Do concreto, Angelini passou para o gesso coberto com camadas de tintas que são esculpidas para criar um unive rso de órgãos bizarros. As imagens são retiradas de livros de anatomia, mas suas funções são subvertidas pelo pintor, que inventa novos usos e destinos para os órgãos humanos. Difícil ficar indiferente diante das obras que transportam o espectador para um mundo cheio de poesia e sentimentos. ;Para mim;, avisa o artista, ;é pintura estratigráfica, que evoca memória, temporalidade e visceralidade pelas etapas de construção da própria imagem.;
Até 28 de fevereiro, de terça a
domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural (SBS, Q. 4, Lt. 3/4)
Para refletir sobre a história da arte e o que faz um artista entrar ou não para a eternidade, o paranaense Pierre Lapalu imaginou uma sociedade secreta da qual teriam feito parte nomes como Goya, Rembrandt e Daumier. Essa confraria teria sido criada para venerar um certo Giovanni Battista di Cavalieri, gravador exímio, porém desconhecido. Todos os artistas existiram, mas a sociedade não, assim como Pierre Menard, o curador inventado por Lapalu (e tirado de um conto de Borges).
As obras também não são de Cavalieri, mas do próprio Lapalu, que se apropriou de imagens já existente e recriou tudo com auxílio de tecnologia digital. A ideia, o artista explicou, era misturar fatos fictícios e históricos para construir uma narrativa que refletisse sobre conceitos como o fim da arte, muito propagado no início do século 21, e o que é arte num contexto contemporâneo.
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