postado em 10/12/2015 07:38
Em Até que a casa caia, o diretor brasiliense Mauro Giuntini traz à tona o cotidiano de uma família envolta em conflitos que perpassam a esfera privada. Os temas centrais são a acomodação e a tendência de supervalorizar os desgastes das mudanças. Para tratar do assunto, o roteiro traz a história de um casal que, apesar de separado, mora sob o mesmo o teto com a desculpa de ter que economizar dinheiro por causa do filho. O protagonista se envolve com corrupção, mesmo sem buscar por ela, e tudo isso acontece quando a namorada resolve morar com ele e a ex-mulher. Os conflitos da trama têm por cenário Brasília e a maioria dos atores que compõem o elenco também são da cidade.
;A gente tende a achar que qualquer mudança na nossa vida vai dar muito trabalho. Contudo, a gente despreza o desgaste que é não ousar. Para mim, esse é o tema do filme. E falo sobre esse tema contando a história de um casal que é separado, mas vive junto e justifica essa situação em função da situação financeira, do filho, quando na verdade eles têm uma dependência ainda afetiva entre eles;, explica Mauro Giuntini.
[SAIBAMAIS]Nascido na capital federal, Mauro Giuntini estreou no formato longa-metragem com o drama Simples mortais (2011), que contava com Leonardo Medeiros como protagonista e percorreu com êxito o circuito dos festivais ; foi premiado no Cine PE, por exemplo. No novo filme, o objetivo era apresentar de que maneira o microcosmo familiar pode refletir problemas do Brasil atual, como corrupção e ética. ;A corrupção em Brasília é superforte no filme, mas não é o principal. Como a gente estava querendo falar da questão ética, então, tocou no tema da família, do espaço privado e também do espaço público;, diz.
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Com atores de respeito à frente do elenco, Giuntini chamou o paulista Marat Descartes ; premiado nos festivais de Gramado e de Santa Maria da Feira, em Portugal, entre outros ; para interpretar Rodrigo, um homem no meio de uma crise com a esposa, com o filho, com o trabalho e com seus próprios ideais. Após anos juntos, ele e Ciça (Virgínia Cavendish) decidem se separar. Só que nenhum tem para onde ir, e por isso seguem morando sob o mesmo teto. Com eles está o filho adolescente (Emanuel Lavor), além de um buraco na parede do quarto do casal que parece não ter solução.
Da cidade, o filme traz atores de referência, como o experiente André Amaro, ator e diretor formado pela Fundação Brasileira de Teatro, onde estudou com a atriz Dulcina de Moraes, e mestre em arte pela Universidade de Brasília (UnB). ;Acho importante trazer atores de fora para contracenar com atores daqui. O ator local ganha muito, porque sai da zona de conforto ao ter que contracenar com gente que eles nunca viram antes;, garante o diretor.