<div><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2015/12/05/509335/20151204174306327431u.jpg" alt="Leonardo Merçon é o responsável pelo trabalho que virou o projeto fotográfico Lágrimas do Rio Doce, que em breve será disponibilizado também em formato de documentário" /> </div><div>;As pessoas só protegem o que sabem que existe.; Com a sentença em mente, o fotógrafo de natureza e conservação Leonardo Merçon deixou de pagar as contas pessoais, alugou um barco e saiu de Vitória com destino a 10 cidades em Minas Gerais e Espírito Santo. Merçon, que também é presidente do Instituto Últimos Refúgios, partiu de casa com um grupo composto por ele e mais duas pessoas. Ao longo de três semanas, registrou o antes e o depois da maior tragédia ambiental que abalou o país nos últimos meses: o rompimento das barragens da mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton) em 5 de novembro, levando uma onda de caos por onde passaram as 62 milhões de toneladas de lama, que deixou pelo menos 13 mortos, uma dezena de desaparecidos e milhares de desabrigados. As viagens feitas por ele viraram o projeto fotográfico Lágrimas do Rio Doce, que em breve será disponibilizado também em formato de documentário.</div><div><br /></div><div>Até agora, Merçon fez duas expedições fotográficas. A primeira aconteceu quatro dias após o rompimento das barragens, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A priori, a previsão do grupo era acompanhar a chegada da lama no Espírito Santo, onde vivem. Diante da demora inicial, o fotógrafo e equipe decidiram subir o Rio Doce de barco. Por um momento, chegaram a pensar que a lama tinha se dissipado. Até chegarem a Governador Valadares, um dos municípios mineiros mais atingidos pelos restos do acidente na mineradora. A bordo de uma embarcação simples, Merçon e os colegas registravam tudo que podiam. Ele recorda: foi difícil fotografar com os olhos mareados diante da situação de desespero da população.</div><div><br /></div><div><strong>Expedição</strong></div><div>O fotógrafo viu a cor da água do Rio Doce mudar de verde-esmeralda para um marrom sem vida. Peixes pulavam para fora da água, desesperados. Alguns pescadores colhiam os animais mortos e tentavam vender por míseros R$ 5 por quilo, para garantir o sustento da família. As primeiras imagens foram visualizadas por mais de cinco milhões de pessoas, o que ajudou o Instituto Últimos Refúgios a realizar a segunda expedição, quando acompanharam a chegada da lama tóxica no mar. A morte não se restringia a peixes. Capivaras, lontras, jacarés, cavalos e até aves também morreram. Pessoas também ficaram doentes por beber a água proveniente do rio. A lama segue o curso do mar, e continua, diariamente, matando mais histórias. ;Passei a prestar atenção nas comunidades. Quis mostrar o crime que estava sendo cometido, e não consegui dissociar os lados pessoal e emocional;, afirma o fotógrafo.</div><div><br /></div><div>Uma das imagens mais icônicas tem nas lágrimas de um pescador uma síntese que viveram os ribeirinhos ao ver seu sustento se perder em litros de água avermelhada e cheia de poluentes. Em Aimorés, em Minas Gerais, Benilde Madeira foi flagrado em uma das fotografias mais tocantes. Os olhos cheios d;água carregavam um misto de lamento e desespero. ;Naquele momento, ele falava sobre o filho dele, que havia perguntado sobre quando ele pescaria um dourado de novo no rio, e ele não sabia a resposta;, recorda Merçon. ;Em todos os pescadores, percebi que não havia só tristeza, mas raiva. Esse não é o primeiro problema que estão enfrentando. Eles já tinham dificuldades com os empreendimentos que usam os rios, como as hidrelétricas e outras empresas que o polui. E com o próprio governo e o defeso, que não havia sido pago;, acrescenta.</div><div> </div><div><span style="color: #666666; font-family: utopiaregular; font-size: 17.3999996185303px; line-height: 29.5799999237061px">A matéria completa está disponível </span><a style="box-sizing: border-box; color: #4a88c0; text-decoration: none; font-family: utopiaregular; font-size: 17.3999996185303px; line-height: 29.5799999237061px; background-image: initial; background-attachment: initial; background-size: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial" href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2015/12/04/interna_cidades,190712/moradores-estudam-ir-a-justica.shtml" target="blank">aqui</a><span style="color: #666666; font-family: utopiaregular; font-size: 17.3999996185303px; line-height: 29.5799999237061px">, para assinantes. Para assinar, </span><a style="box-sizing: border-box; color: #4a88c0; text-decoration: none; font-family: utopiaregular; font-size: 17.3999996185303px; line-height: 29.5799999237061px; background-image: initial; background-attachment: initial; background-size: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial" href="https://www2.correiobraziliense.com.br/seguro/digital/assine.php" target="blank">clique aqui</a><span style="color: #666666; font-family: utopiaregular; font-size: 17.3999996185303px; line-height: 29.5799999237061px">.</span> </div>