Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Conheça Will Conrad, quadrinista brasileiro de destaque internacional

Ao Correio, o artista conversou sobre a participação na convenção, que deve receber 130 mil pessoas durante os quatro dias

[FOTO606184]
O desenhista mineiro Will Conrad integra uma turma de brasileiros que, ao lado de nomes como Mike Deodato, se destacam no mercado de ilustrações em histórias em quadrinhos publicadas por grandes editoras, como Marvel e DC Comics. Seus traços bastante detalhistas e sempre feitos primeiramente a lápis já deram vida a personagens como Buffy, a caça-vampiros, Homem-Aranha, Wolverine, a equipe da trupe Guardiões da Galáxia, e, recentemente, Homem-Formiga e os heróis de Os Vingadores, que estampam as capas dos romances baseados nas HQs da Marvel publicados pela editora Novo Século.

Um deles, Guerras secretas, será lançado oficialmente, no sábado, no evento Comic Con Experience, que começa hoje e segue até domingo em São Paulo, com temática dedicada ao universo geek e nerd. A história do livro se trata do primeiro encontro entre os maiores heróis e vilões do Universo Marvel, que foi publicado pela primeira vez na década de 1980.

Ao Correio, o artista conversou sobre a participação na convenção, que deve receber 130 mil pessoas durante os quatro dias, além dos desafios de ter se inserido no mercado internacional de HQs e da evolução que a cultura pop conquistou no Brasil. ;O cenário do mercado de quadrinhos hoje no Brasil melhorou demais. Principalmente, quando você tem a mistura de elementos que existe hoje. Há uma profissionalização maior dos quadrinistas e desenhistas;, analisa.



Você estará no estande da editora Nova Século na Comic Con Experience, em São Paulo, o sábado, ao lado de Marcelo Campos, diretor da Quanta Academia de Artes. Como será a abordagem de vocês?

Na verdade, vários tópicos serão debatidos. Vamos falar, primeiramente, de alguns eventos no universo Marvel, como Guerras secretas e Guerra civil, e também sobre a literatura nerd, tanto em termos de livros, como em quadrinhos. Existe essa questão sobre como a literatura nerd tradicional evoluiu aos poucos para os romances. Isso se comunica com novos públicos. É algo transmídia. Aquela linguagem, antes exclusiva de quadrinhos agora vai para o cinema, para os games, para os romances e para as séries. A Novo Século tem produzido isso. Eles estão adaptando as histórias em quadrinhos e lançando com outra forma de narrativa, com, inclusive, narrativas inéditas. Com isso, a história chega a um novo público.

Qual é a sua relação com essas adaptações de quadrinhos da Novo Século, como Homem-Formiga e Guerras secretas, que será lançado na Comic Con Experience?

Estou fazendo todos os desenhos das capas dos livros dessa coleção de romances baseadas em HQs. Atualmente, eu trabalho mais para a DC Comics, mas estive muito envolvido com a Marvel e faço coisas para eles até hoje. Estou no mercado norte-americano há 15 anos. Já desenhei personagens como Batman, Wolverine, Capitão América, Homem-Aranha...

No mundo dos quadrinhos há uma concorrência entre DC Comics e Marvel. Isso interfere no seu trabalho em desenhar para editoras ;rivais;?

Em termos de metodologia, não tem diferença. Dedico o mesmo empenho e esmero, assim como para outras editoras em que trabalhei, como a Dark Horse. Em termos de horas trabalhadas, é tudo mais ou menos a mesma coisa. A diferença é na linha editorial e, claro, no público. Tem pessoas que só leem Marvel ou só DC, há quem também leia os dois. Mas existe sim uma pequena concorrência, algo igual a time de futebol. Mas trabalhar para as duas é muito gratificante. Você acaba ficando amigo de todo mundo nesse mercado.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.