Filho de pai pernambucano e mãe paulistana, Marcelo Jeneci cresceu na periferia de São Paulo e respira música desde cedo. A casa vivia cheia de teclados que seu pai recebia para consertar, e os primeiros acordes vieram ainda na infância. Aos 17 anos, integrou uma turnê com a banda de Chico César. De lá pra cá, não parou mais. Lançou-se em carreira solo com o disco Feito pra acabar (2010), um sucesso de crítica e público. Ano passado divulgou De graça (2014) com bastante sucesso também. Ao Correio, Jeneci comentou o trabalho mais recente e fala de amor, amizade, espiritualidade e política.
[SAIBAMAIS]Como a música entrou na sua vida?
Na real, minha vida é comum, como a de qualquer família brasileira. Cresci na periferia de São Paulo, família pernambucana e paulistana, e ali tendo que me virar desde cedo. Desde os 12 anos já tentando fazer grana. Só que sempre cheio de teclados em casa, porque meu pai consertava instrumentos e aí comecei a tocar cedo, com 4 ou 5 anos de idade eu já tocava um teclado que ele mesmo construiu. O lazer vai se transformando numa profissão. No momento em que isso virou mesmo a chave, eu estava ali com uns 15 anos no máximo, quando comecei a chegar com dinheiro em casa. A partir daí, tocar com o Chico César, viajar o mundo em excursões, tocar com Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata, José Miguel Wisnik. Fazer o primeiro e o segundo discos, foram só consequência de um caminho, de um mesmo livro que está sendo preenchido capítulo por capítulo.
Seu nome costuma ser citado como um dos principais da nova música popular brasileira. O que pensa sobre isso?
Eu penso no sentido da palavra sucesso. A pessoa trabalha, se esforça e realiza o que quer realizar. Eu encaro essa situação como algo que possa ser o que é, o que normalmente uma vida é no meio de tantas. O que mais me inspira e me faz viver tudo isso são as coisas verdadeiras, caminhos verdadeiros, estar inteiro no que escolher, independentemente de achar se é certo ou errado, mas estar inteiro ali. O rótulo em relação ao lugar que meu trabalho ocupa tem a ver com uma organização da imprensa de localizar cada um de nós.
Como funciona a questão das parcerias para você?
Todas as conexões com esses amigos, parceiros, mestres, professores são muito preciosas. Eu não ouso escolher uma sobre outra. Pra mim, cada uma tem um valor muito grande, quando de fato a função da linguagem, do vocabulário, do pensamento por esse formato de palavra tem a função de existir no valor da amizade, onde vem o aprendizado de alguém que pode me ensinar alguma coisa. Então, no fundo, todos esses parceiros são grandes professores. Valorizo cada um deles, cada parceria, por igual.
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