Com o início do semestre letivo na Universidade de Brasília (UnB), os membros do coletivo Negras Vidas inauguraram as discussões sobre a semana da consciência negra, para garantir que a data não passasse batida. O tema da negritude, uma constante nas agendas do Grupo de Estudos AfroCentrados (GEAC), Ocupação Negra e Afroatitude, também originados na instituição, culminou com cinco dias de atividades dedicadas ao resgate e à celebração da cultura negra.
[SAIBAMAIS]
;Este ano, elegemos o orixá Exu, o grande comunicador, como embaixador do evento;, explica Thiago Almeida, um dos idealizadores da semana. No campo das artes visuais, o Coletivo Calunga tomou a dianteira e organizou a exposição Negras vidas, que convidou 15 artistas brasilienses conhecidos pela temática racial a expor na galeria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Amanhã, é a última chance de conferir a mostra, aberta das 10h às 19h, com entrada gratuita.
A gama de narrativas e técnicas, discursos e personagens que ocupa as paredes da galeria localizada no Instituto Central de Ciências ICC Norte é variada. ;Nosso objetivo é colocar o observador de frente para janelas com vistas que dão para universos distintos, por vezes conflitantes, mas unidos pela necessidade de expressar o sentimento de ser negro no Brasil;, explica o artista Tauan Gon, 26 anos, que disponibilizou as obras Negro protegido, Rainha menina e Retrato para o projeto.
Ao pensar a mostra, o coletivo Calunga deliberou que artistas de todas as etnias poderiam expor na galeria, e que o fator decisivo para a aceitação ou não do trabalho seria a presença de preocupação histórica e racial nas obras. ;A ideia que norteou a exposição foi dar voz a personagens negros e compreendê-los como sujeitos criativos com múltiplas identidades, e não somente limitados ao contexto da pobreza, como frequentemente são retratados;, explica o um dos idealizadores do projeto, Raul Maravalhas.
Negras Vidas
Galeria da Universidade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Instituto Central de Ciências (ICC) Norte ; Gleba A ; Asa Norte, Brasília. De hoje a 20 de novembro, das 10h às 19h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
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