Já avançando para a metade da realização, o 4; Brasília Internacional Film Festival começa a ter despedidas na programação. Hoje, por exemplo, no Cine Cultura Liberty Mall 4 se tem a última oportunidade para, às 18h30, acompanhar A prostituta e a baleia, filme do argentino Luis Puenzo, em coprodução com a Espanha.
A Guerra Civil Espanhola aparece como pano de fundo de uma história transcorrida na Patagônia. Nela, Vera (Aitana Sánchez-Gijón) está em crise com o marido e é absorvida pela reconstrução de uma história de amor do passado que envolve um fotógrafo interpretado por Leonardo Sbaraglia (Plata quemada). Hábil na direção, Puenzo traz um filme feito de camadas em que a trama se conecta com passado distante. Constantemente ligado a Pedro Almodóvar, o diretor de fotografia José Luis Alcaine, por A prostituta e a baleia, faturou o prêmio Condor de Prata, atribuído pela associação dos críticos de cinema argentinos.
Confira a programação completa aqui.
Convidado de honra do Biff, o cineasta Luis Puenzo terá exibido (amanhã, às 18h30, no Cine Cultura Liberty Mall) o documentário Alguns que viveram, parte da série Broken silence, produzida por Steven Spielberg. Na trama, há o exame de período sombrio da Argentina, alinhado ao nazismo. Com abordagem ampliada sobre o assunto, o forte concorrente ao título de melhor ficção do Biff Labirinto de mentiras, será exibido às 20h no Cine Cultura Liberty Mall 3.
Na fita, de produção alemã, mas dirigida pelo cineasta Giulio Ricciarelli, Alexander Fehling (que esteve em Bastardos inglórios) dá vida ao procurador de justiça Radmann, empenhado em passar a limpo, em 1958, boa parte dos crimes nazistas. Uma espécie de rescaldo do famoso Julgamento de Nuremberg, a ação em que desemboca os esforços de Radmann chega à condenação de 17 agentes do campo de Aushwitz, depois que 211 vítimas foram ouvidas em tribunal. Além disso, o filme ; que foi o escolhido pela Alemanha à pré-candidatura ao Oscar de melhor filme estrangeiro ; mostra a obsessão do jovem procurador na caçada ao cruel exterminador Josef Mengele.
Com fundos ainda mais realistas, e ambos com reprises na programação de quinta, dois documentários serão mostrados, hoje, no 4; Biff, na nobre sala do Cine Brasília. Às 19h, é a vez de Internat ; Além da fronteira, filme do italiano Maurilio Mangano. O registro é de 60 famílias aglomeradas em uma escola, depois da fuga da Guerra Civil na Geórgia. Às 20h30, ocorre a projeção de Uma história aprisionada, fita espanhola de David Marrades Escribá. A recente produção mostra os destinos de três personagens que representam milhares: são os imigrantes ilegais detidos como método de frenagem do avanço de pessoas fora da condição legal.
Numa realidade bem mais colorida, dentro da Mostra Cuba, Cinema e Revolução, hoje é dia de estreia para A bela de Alhambra (às 16h30, no Cine Cultura Liberty Mall). O filme de 1989 tem a curiosa condição de alinhar três diretores (Julio García Espinosa, Enrique Pineda Barnet e Miguel Barnet) para contar a condição de uma vedete em busca de fama.
Concorrentes:
Mergulho em Sozopol (Bulgária, 2014)
Beber 10 garrafas de vodka e a intenção do suicídio rondam o protagonista do filme búlgaro de Kostadin Bonev. Num roteiro um tanto confuso, passado na baía de uma pequena cidade, presente e passado se juntam pouco a pouco, reformulando a vida da misteriosa moça de capa vermelha, da imprevisível Neva e do solitário Chavo. No Cine Brasília, às 17h, e amanhã, às 20h30.
Um guia para famílias curiosas (Itália, 2015)
A última exibição do filme codirigido por Lucio Basadonne e Anna Pollio será amanhã. Concorrente a melhor documentário, o filme revela a incomum primeira viagem, em 12 anos, de uma família. Uma contagem regressiva, por seis meses, com escassos 600 euros dão lastro à jornada, na qual reina um espírito cooperativo. Ensino domiciliar, o peso da voz de cada comunidade visitada, e a acolhida por 38 famílias enchem de novas perspectivas esse grupo de dissidentes da sociedade de consumo. Meio superficial, mas válido. No Cine Cultura Liberty Mall, amanhã às 20h.