Determinar um corte em uma pesquisa é sempre uma escolha difícil, mas Franklin Martins ficou contente com o resultado de A música canta a República, em cartaz a partir de hoje à noite no Museu Correios. Ele precisou deixar muita coisa de fora, mas tem certeza de que o conjunto de músicas selecionadas para a exposição é o mais significativo em termos históricos. A música canta a República é um passeio pela história do Brasil no século 20 a partir da produção musical, um projeto que Martins abraçou e uma consequência da pesquisa que rendeu o livro Quem inventou o Brasil ; A música popular conta a história da República e o site www.quemfoiqueinventouobrasil.com, com acesso às canções.
[SAIBAMAIS]Publicado pela Nova Fronteira e dividido em três volumes, o livro é uma compilação de mais de mil canções nas quais é possível seguir fatos e episódios da história brasileira desde os primeiros anos do século 20. Para a exposição, ele precisou reduzir o volume e escolheu 110 canções. Divididas em 80 temas, elas convidam o visitante a um mergulho num passado pontuado por ironia, lirismo, deboche, indignação e revolta. ;O que marca a relação da música popular com a política é a crônica e não tanto a música de protesto;, explica Martins, que contou com a curadoria de Vladimir Sacchetta para estruturar a exposição. ;Houve momentos em que ela foi mais engajada, claro. A música sempre teve uma relação constante com a política no Brasil. Em outros países, isso não aconteceu.;
Martins acredita que a relação da música popular com a política e a história no Brasil tem a ver com a cultura brasileira, especialmente com o carnaval, no qual a crônica política sempre foi um material rico para as marchinhas e os sambas. Martins compara ao teatro de revista, talvez o palco equivalente ao carnaval para a crítica social e política em países da Europa e também no Brasil. ;O carnaval é um teatro de revista com enredos misturados;, diz. Na exposição, os períodos históricos foram divididos em oito segmentos.
A música canta a República
Organização: Franklin Martins. Curadoria: Vladimir Sacchetta. Abertura hoje, às 19h, no Museu Correios (SCS ; Qd 4, Bloco A). Visitação até 24 de janeiro de 2016, de terça a sexta, das 10h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h.
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