Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 21/10/2015 07:04
Não há comparação possível entre ator e personagem quando se depara com o astro Jack Black, que esbanja simpatia, ao ser entrevistado no Hilton paulistano. Nas telas com o filme Goosebumps: Monstros e arrepios, Black dá vida justo ao criador da série literária, na vida real, R.L. Stine. Mas, com camadas de ficção, criou um tipo azedo, retraído e de pouca convivência social. ;Já tinha feito no cinema, em Bernie, um tipo personificado, com atenção a detalhes e imitação. Agora, não foi o caso. Quis fazer um escritor mais sinistro e antissocial que, a princípio, deve ser tido como vilão;, observa.
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Na bagagem do personagem, adorado por jovens leitores, em escala mundial, Black traz um pouco das qualidades de filmes anteriores. Acopla algumas das caretas do lutador de Nacho libre e reconhece a beleza interior (a exemplo de O amor é cego) de uma personagem sequer humana, além de quebrar parâmetros, na relação tensa, mas de aprendizado, junto a estudantes do ensino médio, tal qual em Escola do rock. ;Os garotos do filme são fantásticos. Na verdade, eles são o coração do filme. Enquanto eu ficava no trailer, estudando Cidadão Kane, para o papel, eles se divertiam demais;, conta.
[SAIBAMAIS]A perspectiva das risadas fica mais evidentes quando o ator faz graça nas poses para a imprensa e se afunda em referências cinematográficas e musicais. Risonho, assume que já foi confundido com Phillip Seymour Hoffman e que, sim, mesmo com mais ;pelos faciais;, há semelhanças com o também roqueiro Johnny Depp. ;Hoffman é um dos meus heróis, não posso endossar que minha composição para o filme lembre o Truman Capote dele. Fico a meio termo de Hoffman e de Depp;, brinca.
Quando o assunto é entretenimento, Black se prova bem alinhado aos risos. Propõe descarada possibilidade de uma batalha entre R.L. Stine e J.K. Rolling (de Harry Potter), numa sequência de Goosebumps, uma vez que ;fizemos, no filme de agora, um erro enorme, começando como Os Vingadores, e colocando todos os monstros em cena;. Falar sobre terror com Black é remexer em traumas, como o de ter assistido a Alien, o oitavo passageiro, muito cedo. ;Aquela boca dentro da boca é algo que não esqueço;, comenta.