Há quem dê a volta ao mundo para se autoconhecer. Outros, para aprender novos idiomas. Existem também os mais aventureiros, que viajam pelo simples prazer de fazer e desfazer as malas. Mas uma razão em particular tem levado alguns casais a desbravarem os quatro cantos do planeta: a música. Ela é a espinha dorsal do projeto Le tour du monde (ou uma volta pelo mundo, em tradução literal), em homenagem à famosa saga do escritor Julio Verne.
Ao contrário do escritor francês, que costumava viajar na imaginação e através de suas fantasias, o casal Lucas Mayer e Iris Fuzaro decidiu largar empregos estáveis na capital paulista e disse até logo a amigos e familiares. Ele é músico e ela, cantora e compositora. No início do ano, os dois partiram rumo a 10 países. Na bagagem, levam apenas uma câmera, um microfone e um notebook. O objetivo inicial era andar pelas ruas de diversas cidades e gravar músicas com os instrumentos que encontrassem pelo caminho.
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;Tivemos a ideia depois de uma viagem que fiz sozinho para o Havaí. Escrevi uma música, Only, e fiz o arranjo com um ukulelê de oito cordas. Gravei e mostrei para a Iris;, recorda-se Mayer. A experiência completa tem sido retratada em uma websérie que pode ser assistida no YouTube. Os episódios vão ao ar a cada 15 dias, sempre às terças-feiras. No ano que vem, o projeto se tornará um documentário e um disco, que carregará a essência de cada cultura visitada. Como parceiro, a dupla conta com o diretor Bruno Jorge, premiado em Cannes, que tem captado toda a aventura.
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[SAIBAMAIS]Os episódios de Nova York, Londres e Amsterdã já estão disponíveis e têm alguns fãs famosos, como o músico Paulo Miklos, dos Titãs. ;É uma delícia, uma maravilha. Querer ver mais e mais, viajar o mundo com eles entre canções e belos lugares. É para se namorar juntos. Boa viagem para todos nós, com eles;, contou o músico, em depoimento gravado a dupla. Budapeste, Istambul (Turquia), Atenas, Bangkok e Phi Phi (Tailândia), Bali (Indonésia), Tóquio, Los Angeles (EUA) e Tulum (México) são os próximos destinos de Lucas e Iris.
Entrevista com Lucas Mayer e Iris Fuzaro, criadores do projeto Le tour du monde in 80 music videos
A maior motivação para criar o projeto Le tour du monde foi pessoal ou profissional?
Apesar do projeto ter uma ligação forte com nosso universo de trabalho, a maior motivação foi pessoal. Juntamos nosso dinheiro, abrimos mão de certos confortos e estamos bancando isso sem segurança de quais frutos isso vai gerar. Estamos realizando um sonho nosso, algo que acreditamos, gostamos de fazer e que a experiência vale mais do que qualquer carreira.
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Até agora, quais os instrumentos mais curiosos com os quais se depararam?
Ah, são tantos. Vou contar o que estamos levando para casa! Em Nova York, encontramos um
instrumento de origem celta chamado Merlin , feito por um Luthier canadense chamado Godin. Já de Amsterdam estamos trazendo um Tenor Guitar de 1920 que compramos do Soren Venema da Palm Guitars, um colecionador que nos contou diversas histórias, como as visitas do Eddie Vedder do Pearl Jam e de que quando ele era criança seus professores achavam que ele não levava jeito para música. Podemos adiantar que também estamos levando um pouco da música grega para casa, com um Baglama que conseguimos em Atenas.
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Como encontrar as particularidades escondidas de cada país? Fazem amizades com os moradores?
Encontramos através de dicas de amigos e conhecidos, outros projetos relacionados a música, longas caminhadas somadas a sorte e cara de pau. Não existe melhor forma de descobrir as particularidades de cada lugar que não seja a pé! Logo que chegamos em uma cidade, saímos para andar o máximo que podemos. Normalmente, contamos com algumas dicas de amigos e conhecidos que nos guiam nessas caminhadas e se meio do caminho, encontrarmos algo musical interessante, paramos desconhecidos, perguntamos e contamos sobre o projeto. Por exemplo, no episódio de Amsterdam encontramos o Lior Horst, um menino de 17 anos que estava tocando na beira do Rio Amstel. Paramos, conversamos com ele e voilá, ele é um músico participante. Em alguns países, também contamos com ajuda do Sofar Sounds, um projeto que organiza shows intimistas para apresentar novas bandas a amantes de música. Essa ajuda já resultou em grandes parcerias - e novas amizades incríveis!
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