E dá-lhe cinema em Brasília. Há tempos, a cidade não se relacionava de forma tão íntima com a sétima arte. O último cine drive-in e O outro lado do paraíso, produções brasilienses, foram premiados do Festival de Cinema de Gramado; a atriz Camila Márdila ganhou o mundo por conta da atuação em Que horas ela volta?, ao lado de Regina Casé; a última edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro voltou a repercutir intensamente, com direito a vaias, polêmicas e toda controvérsia que tradicionalmente lhe cabe. Seja em termos de produção, locação ou exportação, o Distrito Federal celebra a indústria cinematográfica. Isso sem falar em Vladimir, René, Belmonte... Se não fosse o bastante, a quarta edição do Brasília Film Festival (o BIFF) chega consagrando um ano especial para a cidade. O festival acontece somente em novembro, mas o Correio antecipa a programação para os cinéfilos.
O evento, voltado para a exibição de obras estrangeiras, traz algumas novidades. Pela primeira vez, a mostra competitiva foi repartida entre filmes de ficção e documentários. Serão oito películas em cada categoria, oriundas dos mais diversos países. Da Argentina à Índia. ;O público pedia por mais documentários. Achei fundamental separá-los das obras de ficção. Inclusive, fiz a mesma coisa quando estive à frente do Festival de Cinema de Brasília. São linguagens distintas e considero importante apreciá-los individualmente;, comenta o diretor e curador do BIFF, Nilson Rodrigues.
Outra mudança diz respeito ao público, que foi elevado ao status de júri do festival. E o melhor: posição exclusiva. A quarta edição contará somente com júri popular, que será responsável pela escolha do melhor filme nas duas categorias. O melhor longa de ficção leva R$ 20 mil, enquanto o melhor documentário, ambos de acordo com a voz do povo, fica com R$ 10 mil.
[SAIBAMAIS];A mostra está marcada por uma diversidade de identidades, de etnias. Essa busca pelo espaço, seja individual ou coletivo, é uma temática que permeia grande parte da programação;, observa Nilson. O filme mexicano O começo do tempo, por exemplo, lança olhar sobre a velhice, enquanto O silêncio aborda as mazelas sociais de uma Índia marcada pela pobreza e violência. A Segunda Guerra Mundial, a inquietude da adolescência e até o demolido Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, no Rio de Janeiro, são temas de alguns dos 16 filmes escolhidos.
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