No mesmo mês em que celebra 70 anos, a cantora carioca Leci Brandão comemora 40 anos de carreira. Nascida em Madureira e criada em Vila Isabel, a artista foi descoberta pelo crítico musical Sérgio Cabral em 1973. Dois anos depois, ela gravou o primeiro LP, Antes que eu volte a ser nada, que marca o início da trajetória no samba e o primeiro problema da artista com a censura, que proibiu a presença da canção Ministério da economia no álbum.
[SAIBAMAIS]Atualmente, Leci tem se mantido um pouco distante dos palcos por conta do segundo mandato de deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas, em comemoração aos 40 anos de carreira, ela lançou a turnê Minha história, meu canto, minha vida, com show no último dia 5, no Teatro Polytheama, em Jundiaí, interior de São Paulo. O evento contou com a participação da Orquestra do Projeto Guri. A próxima apresentação está prevista para 19 de setembro no Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer, na capital paulista. A intenção é rodar algumas cidades brasileiras com o show. Porém, o restante da turnê ainda está em fase de marcação.
Ao lado de nomes como Dona Ivone Lara e Clara Nunes, Leci Brandão integra o grupo de mulheres bambas do samba. Ela foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola de samba carioca Mangueira. Em seu currículo estão hits como Zé do caroço, que foi regravado por vários cantores; Deixa, deixa; Só quero te namorar; e As coisas que mamãe me ensinou.
Desde o início da carreira, Leci Brandão se envolve em causas relacionadas ao movimento negro: tanto no corpo a corpo, como em suas composições: Sou negão, por exemplo, quando exalta os artistas negros como Gilberto Gil e Tim Maia; e Pro Mano Brown, uma referência ao grupo Racionais MCs.
Trajetória
De 1984 a 1993, Leci Brandão se destacou como comentarista dos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro. Depois de uma pausa, ela retornou ao programa nos carnavais de 2000 a 2001. No ano seguinte, ela passou a comentar os desfiles das escolas paulistas.