Quando o N.W.A. lançou o álbum Straight outta Compton, em 1988, o sonho de seus integrantes ; Ice Cube, Dr. Dre, Eazy-E, MC Ren e Yella ; era, no máximo, tornarem-se conhecidos em Los Angeles. O plano dos jovens aspirantes ao estrelato foi revelado por Dr. Dre em recente conversa que os integrantes remanescentes tiveram com outra jovem estrela do hip-hop, Kendrick Lamar, para promover a cinebiografia do grupo (dirigida por F. Gary Gray, ainda sem data de lançamento no Brasil), que tem o mesmo título do primeiro e icônico trabalho.
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[SAIBAMAIS]Apenas o fato de que, 27 anos depois, a história de cinco jovens negros de um bairro pobre de Los Angeles foi transformada em filme, já seria suficiente para se chegar à conclusão de que o N.W.A. conseguiu ultrapassar a aspiração de se tornarem estrelas ;apenas; na Cidade dos Anjos. No entanto, quando esse mesmo filme, que estreou no último fim de semana nos EUA, bateu a megaestrela Tom Cruise e sua mega-franquia Missão Impossível, nas bilheterias, e que o debate citado acima, com a presença do rapper mais comentado do momento, foi promovido pela revista Billboard, já dá para perceber que, mais do que estrelas, o grupo formado pelos rappers atingiu o status de ícone cultural.
Sem censura
Como bem comparou o jornalista Wesley Morris em sua crítica de Straight outta Compton para o site Grantland, o N.W.A. ofereceu para os jovens negros o mesmo senso de empoderamento que o Pink Floyd ofereceu para jovens ingleses menos abastados no fim dos anos 1980. Músicas polêmicas, que retratavam sem censura a realidade de Compton da época - um lugar dominado pelo crime organizado, pelas drogas e por recorrente tensão entre os jovens e a polícia -, mostraram-se uma alternativa atraente e poderosa para a comunidade local, acostumada a não ter voz. O subsequente sucesso do grupo, que se alastrou pelo resto do país em pouco tempo, apenas demonstrou a demanda que as minorias tinham por artistas que retratassem a realidade das ruas da américa negra.
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