Ricardo Daehn
postado em 12/08/2015 07:30
"Era outro momento da história do Brasil, sem a menor dúvida. Através dos personagens do filme O outro lado do paraíso e de seus sonhos, fica evidente que muitas das conquistas perseguidas por Jango antes do golpe, até hoje, não foram alcançadas", sublinha o diretor André Ristum, pouco antes da exibição de um dos longas que representam o Distrito Federal na corrida por troféus Kikito, no 43; Festival de Gramado.
Ristum foi entrevistado, ainda em trânsito, imediatamente depois da participação no Festival de Lima (Peru). ;A recepção foi incrível, sala lotada e muita emoção no público;, observa o realizador que, em 2011, saiu bastante premiado, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com o filme Meu país. Em Gramado, o filme O outro lado do paraíso será mostrado hoje.
[SAIBAMAIS]O objetivo primordial do longa é mostrar ficcionalmente período e local pouco, ou quase nunca, vistos na cinematografia brasileira: o da construção de Brasília. ;Quis mesmo me concentrar na história de Antônio (Eduardo Moscóvis) e de seu sonho pela busca de um lugar que não existe: Evilath;, explica o cineasta. O país de Evilath ; descrito na literatura de Luiz Fernando Emediato, como ;amplo e largo; ; é terreno de felicidade líquida e certa, repleto de ouro.
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Mineiro de Belo Vale, Emediato (na produção do longa, ao lado de Nilson Rodrigues) veio para a capital, em 1963, pouco antes de o pai ser preso em decorrência do golpe de Estado de 1964. ;A parte mais difícil é a da adaptação do livro para o roteiro, principalmente pelo fato de o texto, muito poético e representativo do interior dos personagens, precisar ser transformado em cinema. Superada essa etapa, o resto foi mais tranquilo e bastante prazeroso;, comenta o cineasta.
Com a noção do ilimitado poder imaginativo da literatura, Ristum atenta para o fato de o cinema permitir, em O outro lado do paraíso, mostrar como as coisas transcorreram ; ;como aquelas pessoas viviam e quais as sensações experimentadas naquele período;.
Com a noção do ilimitado poder imaginativo da literatura, Ristum atenta para o fato de o cinema permitir, em O outro lado do paraíso, mostrar como as coisas transcorreram ; ;como aquelas pessoas viviam e quais as sensações experimentadas naquele período;.