Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Em época de blockbusters, cinéfilos ficam órfãos de opções em Brasília

A falta de variedade de filmes, associada ao alto preço dos ingressos, fazem com que os cinéfilos busquem outras opções para uma programação que fuja dos blockbusters

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A temporada de férias está acabando, mas deixa em evidência as limitações do circuito cinematográfico de Brasília, com a avalanche de filmes de grandes distribuidoras, que ocupam boa parte das 81 salas de cinemas disponíveis no Distrito Federal. Esta semana, a estreia do novo Quarteto fantástico poderá ser conferida em 21 salas, o que representa cerca de um quarto do parque cinematográfico da cidade. Outro megalançamento do ano, Vingadores: era de Ultron chegou a 31 salas de Brasília no final de abril, ou 38,3% do total.

Enquanto isso, estreias nacionais como Vício inerente, de Paul Thomas Anderson (já disponível em DVD e Blu-ray), e O conto da princesa Kaguya, animação japonesa do Studio Ghibli, não encontraram espaço nas telonas brasilienses. A falta de variedade de filmes, associada ao alto preço dos ingressos, fazem com que os cinéfilos busquem outras opções para uma programação que fuja dos blockbusters.

Em dezembro de 2014, foi assinado um termo de compromisso envolvendo 23 exibidores e 7 distribuidoras para evitar a super ocupação dos cinemas por um mesmo título. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), os complexos que ultrapassarem os limites definidos pelo acordo estão sujeitos a cumprir uma cota adicional de tela, isto é, ;deverão promover um número maior de exibições de filmes brasileiros de longa-metragem em suas salas durante o ano.; Em nota, a agência ressalta que ;as empresas que extrapolaram os limites estão sendo notificadas;. No entanto, esse acordo, incorporado ao decreto que fixa a cota de tela para os filmes nacionais, não vem garantindo uma variedade no circuito.

Disputa

O diretor brasiliense Iberê Carvalho acredita que a regulação atual não é suficiente para inibir a ;distribuição predatoria; de determinados títulos. ;É como se saíssemos para jantar e 70% dos restaurantes vendessem só pizza;, compara o cineasta que, a partir de 20 de agosto, entrará na disputa pelas telas de cinema da capital com O último Cine Drive-In, seu primeiro longa-metragem. Ele destaca que a recepção do público será determinante. ;O boca a boca é muito rápido, ainda mais com as redes sociais. Se a recepção não for boa, o filme morre na praia, não importa se tem ator famoso ou se é comédia. O cinema está tentando se encontrar e o que está definindo é o publico.;

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