A sonoridade agressiva e as letras urgentes do movimento punk chegaram a Brasília de avião, na virada da década de 1970 para a de 1980, quando a ditadura militar começava a cambalear. Por conta das embaixadas e do robusto número de viagens de lá para cá, e vice-versa, havia certa facilidade em trazer ao país os principais lançamentos musicais do momento para a nova capital, quase ao mesmo tempo em que eles estavam estourando na gringa.
[SAIBAMAIS]André Mueller, que formaria a Plebe Rude, e Fê Lemos, um dos cabeças do Aborto Elétrico e, posteriormente, do Capital Inicial, moraram na Europa com os pais, mais precisamente na Inglaterra. Quando voltaram à cidade, estavam impregnados da sonoridade e da ideologia punk, e acabaram por influenciar toda uma geração de garotos ávidos por música e novas ideias, aqueles que dariam forma ao que se chamou de Rock Brasília.
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;Conheci o punk por conta do André e do Fê, que trouxeram discos que não eram lançados no Brasil;, conta Philippe Seabra, vocalista da banda Plebe Rude. Ele tinha 13 anos quando ouviu pela primeira vez o som da banda irlandesa Stiff Little Fingers ; uma das preferidas de Renato Russo, líder do Aborto Elétrico e da Legião Urbana. ;Eu ouvia o rock setentista e não me identificava muito. Então, minha vida mudou completamente: o punk e o pós-punk me tiraram da condição de expectador para poder fazer parte do movimento;, conta Seabra.
;Os discos chegavam e logo eram transformados em inúmeras fitas K7, se espalhando rapidamente entre todo mundo;, conta Paulo César Cascão, baterista e vocalista da Detrito Federal, uma das bandas mais identificadas com a estética punk no DF.
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