Adriana Izel
postado em 21/07/2015 07:30
A oitava edição do Festival Latinidades ; Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha ; começa amanhã e segue até 26 de julho, no Cine Brasília (106/107 Sul). Neste ano, o evento, que surgiu inspirado no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, terá como tema O cinema negro. ;O cinema, em geral, é um dos lugares de resistência de negros. É um espaço em que temos uma grande invisibilidade, seja visualmente como na linguagem. As pessoas pensam: ;Diretoras negras, o que é isso? Roteiristas negras, quem são?;. Então, nos pareceu oportuno trazer esse tema;, explica Bruna Perreira, coordenadora geral do Latinidades.
[SAIBAMAIS]A sétima arte rondará a maior parte do festival, com mesas de debates e apresentações de longas e curta-metragens produzidos por profissionais negros e, que, retratam a temática negra. ;Procuramos trazer filmes variados, de diferentes estados e países. Outro ponto é que tentamos apresentar obras com algumas figuras icônicas do movimento negro;, completa.
Entre os longas que serão exibidos até 26 de julho estão Libertem Angela Davis, sobre a ativista Angela Davis (que esteve no ano passado no festival), que será exibido no sábado; I love kuduro, do angolano Mário Patrocínio; Nos bastidores da fama, de Gina Prince-Bythewood; e o documentário My name is now, da mineira Elizabete Martins Campos, sobre a vida da cantora Elza Soares .
Além disso, o evento contará com lançamentos de livros, shows, oficinas, festas e mesas de debates sobre outras temáticas que envolvem o movimento negro, principalmente, feminino, com nomes como as cantoras de rap Tássia Reis e Karol Conká. ;Buscamos dar visibilidade às artistas, às produtoras e às escritoras negras. A ideia é trazer algumas pessoas que tenham um discurso, que não se ouve tanto. Queremos dar um panorama, mas também oferecer uma diversidade;, afirma Bruna Ferreira.
Primeiro dia
A abertura do Festival Latinidades será amanhã, a partir das 10h, com a apresentação do espetáculo Dos desmanches aos sonhos: Poética em legítima defesa, da Cia. Os Crespos. Em seguida é a vez da primeira mesa, intitulada Cultura e educação: Interações no combate ao racismo e na valorização de identidade negras, com participação de Cida Abreu, Cida Bento, Mãe Beth do Oxum e Wania Sant;Anna.
Mas é, a partir das 17h, que uma das atrações mais esperadas chega ao Latinidades. A africana radicada nos EUA, Yaba Blay. Ela é professora universitária, produtora, pesquisadora e editora. O convite para participar do festival foi intermediado por uma amiga que conhecia o trabalho das produtoras do festival. Essa será a primeira vez que a pesquisadora visitará o Brasil.
Festival Latinidades
De amanhã até 26 de julho, no Cine Brasília (EQS 106/107 ; Asa Sul). Com debates, exibições de filmes, shows, oficinas e festas. Inscrições para as mesas em www.afrolatinas.com.br. Entrada franca. Transporte: Bicicletário, linha de ônibus gratuita da Rodoviária do Plano Piloto para o local e estacionamento no Colégio La Salle (906 Sul), com serviço de van.
Quarta-feira (22/7)
10h ; Performance do espetáculo Dos desmanches aos sonhos: Poética em legítima defesa, da Cia Os Crespos.
10h20 ; Mesa de abertura: Cultura e educação: Interações no combate ao racismo e na valorização de identidade negras. Com Cida Abreu, Cida Bento, Mãe Beth de Oxum, Wania Sant;Anna e mediação de Dalila Medeiros.
14h ; Exibição de curtas: Vovó Leotina (Paulo Rosa), Pety pode tudo (Anahí Borges) e The summer of gods (Eliciana Nascimento).
15h ; Mesa: Afinal, o que é cinema negro? Com Janaína Oliveira, Larissa Fulana de Tal, Kathleen McGhee Anderson e mediação de Ceiça Ferreira.
17h ; Conferência especial com Yaba Blay sobre a valorização da beleza negra.
19h30 ; Exibição do documentário My name is now, de Elizabete Martins Campos.
21h30 ; Show com a cantora Elza Soares.
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