Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Cinebiografia 'Neruda - Fugitivo' está em cartaz em Brasília

Manuel Basoalto estreia com a responsabilidade de retratar a vida do poeta vencedor do Prêmio Nobel no cinema

;É um escândalo que Neruda tenha morrido há 40 anos e que este seja o primeiro filme que um diretor chileno faz sobre o escritor;, declara o cineasta Manuel Basoalto, que tomou para si a responsabilidade de retratar a vida do poeta vencedor do Prêmio Nobel no cinema. A cinebiografia Neruda, em cartaz em Brasília, não só é o primeiro longa-metragem de ficção chileno sobre o autor, mas é também a estreia do diretor, documentarista, nesse formato.

Este ano, quando se celebram os 111 anos de Pablo Neruda (1904 ; 1973), nascido em 12 de julho com o nome de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, o interesse pelo poeta se reaviva no cinema. Além do filme de Basoalto, que estreou no ano passado no Chile, Pablo Larraín (diretor de No) também prepara sua cinebiografia de Neruda, com Gael García Bernal no elenco e o ator chileno Luis Gnecco no papel do escritor.

A conexão entre Basoalto e Pablo Neruda é mais profunda. Além de compartilharem um sobrenome (existe um parentesco distante entre os dois), este é o terceiro trabalho do diretor sobre o poeta chileno, que foi tema dos documentários Neruda, diario de un fugitivo (2004) e Neruda, la muerte de un poeta (2013). Escritor e fundador da revista de literatura O espírito do vale, o diretor explica que sua admiração pela obra do autor vai além do sentimento de nacionalismo. ;Penso que Neruda representa o sentimento da América Latina. Por casualidade ele é um poeta chileno, mas poderia ser de muitas partes;, diz, em entrevista ao Correio. ;Acredito que a sensibilidade de Neruda é necessária agora mais do que nunca, quando as pessoas já não leem, e a palavra parece não interessar mais.;

E é a palavra que ocupa o primeiro plano no filme ; que começa com o discurso de Neruda, quando aceita o Prêmio Nobel de Literatura em 1971, e segue com seu protesto, como senador nos anos 1940, quando denuncia as arbitrariedades do presidente Gabriel González Videla. Depois do discurso, que ficou conhecido como Eu acuso, Neruda passou a sofrer perseguição política e teve que fugir do país por uma rota de contrabandistas em direção à Argentina.

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