Uma das mais renomadas formações da música clássica, o Quarteto de Cordas de Leipzig se apresenta nesta segunda (22/6), às 20h, no Teatro Sesc Garagem, com um repertório bem representativo de sua trajetória. Formado por Conrad Muck ( violino), Tilman Büning, (violino), Ivo Bauer (viola) e Matthias Moosdorf (violoncelo), o quarteto alemão desembarca em Brasília com a Grande fuga op 133, de Ludvig van Beethoven, o Quarteto de cordas n; 17, de Wolfgang Amadeus Mozart, e o Dois quartetos de corda op 51, de Johannes Brahms. Somados a Joseph Haydn, os três compositores fazem parte da extensa discografia do quarteto, que tem mais 50 discos gravados, entre eles as obras completas de Mozart e Beethoven para música de câmara.
Formado em 1988 por três membros da Gewandhaus Orquestra, a mais importante da Alemanha ao lado da Filarmônica de Berlim, e eleito um dos melhores da Europa pelo selo Gramophone, o quarteto já passou por várias formações e ganhou prêmios como o Siemens e o concurso internacional ARD, em Munique, premiações que ajudam a criar os pedestais da cena erudita. O Brasil não é desconhecido para os músicos alemães, que já passaram por aqui pelo menos seis vezes. Organizado pelo Instituto Goethe, o recital de hoje faz parte das comemorações pelos 25 anos da unificação da Alemanha.
O repertório abrangente é uma das marcas do quarteto. Além de gravar os compositores que mais se debruçaram sobre a música de câmara, eles também têm estreita ligação com a música moderna, além de colecionarem um bom número de estreias de compositores contemporâneos, especialmente os alemães. Na lista de colaboradores eventuais entram ainda instrumentistas celebrados como o pianista Alfred Brendel e o clarinetistra Karl Leister, da Filarmônica de Berlim.
Para o violinista Tilman Büning, o segredo da longevidade da formação está na inteligência musical do grupo. ;Claro, há vários aspectos para que um quarteto tenha êxito;, explica o ex-violinista da Gewandhaus. ;Um bom quarteto deve estar apto a tocar peças de diferentes estilos, independentemente da época em que o compositor tenha escrito a peça. E claro, você precisa ter um som único.; A variedade de repertório, é portanto, uma necessidade. ;Somos um quarteto com um repertório muito vasto. Claro que gravamos compositores como Haydn, porque ele é o pai do quarteto de cordas, ele praticamente o inventou. Por outro lado, também gravamos muita música contemporânea;. A discografia dos alemães inclui a obra completa da Segunda Escola de Viena, com Alban Berg, Anton Webern e Arnold Sch;nberg, todos da primeira metade do século 20 e responsáveis por uma renovação que levaria à música atonal e ao dodecafonismo.
[SAIBAMAIS]Mas a modernidade, para Büning, não está apenas no século 1920. ;Se você ouvir uma peça como a Grande fuga, você vai ver o quão moderno é Beethoven. Em geral, é uma dádiva para um músico poder tocar tantas linguagens musicais diferentes;, garante violinista. A grande fuga, que o quarteto executa hoje à noite, foi composta em 1825 e ficou conhecida na época como uma peça extenuante para os músicos por conta de sua inovação musical, com uma linguagem mais tonal que Beethoven teria modificado a pedido de um editor.
Quarteto de cordas de Leipzig
Com Conrad Muck ( violino), Tilman Büning, (violino), Ivo Bauer (viola) e Matthias Moosdorf (violoncelo). Repertório: Grande fuga op 133, de Beethoven, o Quarteto de cordas n; 17, de Mozart, e o Dois quartetos de corda op 51, de Brahms. Nesta segunda (22/6), às 20h, no Teatro Sesc Garagem (913 Sul). Entrada franca. Classificação indicativa: livre.