Rebeca Oliveira
postado em 17/06/2015 07:31
;Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples;, lamentava Carlos Drummond de Andrade no poema O sobrevivente. Àquela altura, em 1930, o poeta considera impossível compor uma nova obra diante da evolução tecnológica da humanidade. Um dos males que à época o assombrava, hoje ajuda a difundir a obra do poeta mineiro. Na última semana, foi relançado o audiolivro Brasil dizendo Drummond, o primeiro serviço de assinatura que oferece audiolivros via streaming no país.[SAIBAMAIS];A própria qualidade da obra de autores brasileiros assegura sua durabilidade, mas, é claro, é sempre bom adaptá-las a novos meios de comunicação e de distribuição. É válido e gratificante;, analisa o neto Pedro Drummond em entrevista ao Correio. ;Ser o guardião da obra do meu avô não é um peso. Procuro difundi-la onde normalmente não costumamos vê-la; por isso, decidimos fazer a distribuição nos meios digitais. Além do mais, é uma forma de matar a saudade dele;, emociona-se o caçula dos três netos do poeta, responsável pelo legado do avô.
Mercado em expansão
De acordo com Pedro Drummond, o mercado de audiolivros deverá ocupar o lugar que, anteriormente, acreditava-se pertencer aos e-books. Aplicativos e telefonia móvel ajudam na popularização do formato que, ao contrário do que pregavam os mais catastróficos, não veio para ocupar o lugar dos livros impressos, mas para estender o acesso a literatura. ;Acredito que esse crescimento acompanha a falta de tempo das pessoas em pararem para ler o livro. Agora, podem ouvi-lo onde estiverem;, pontua.
Os números ajudam a reiterar a visão de que os audiolivros não estão mais restritos a deficientes visuais, propósito inicial do formato que explodiu na década de 1990. Nos Estados Unidos, esse mercado rendeu US$ 1,3 bilhão em 2013. Entre 2010 e 2011, os livros para ouvir tiveram crescimento de 30%, contra 8% dos livros digitais.
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