<img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2015/05/21/483882/20150520160025605656u.jpg" alt="Vindos da África do Sul, a banda Kongos orgulha-se de carregar elementos do continente de origem, que são repaginados numa música com pinceladas de pop, rock e folk" /><br />;Modernizar o passado é uma evolução musical;, pregava Chico Science em Monólogo ao pé do ouvido, que compunha o aclamado Da lama aos caos, lançado com a Nação Zumbi, em 1994. O fatídico 2 de fevereiro de 1997 ; quando o Brasil perdeu de modo trágico e precoce o pernambucano ; não determinou o fim da poderosa fusão entre ritmos brasileiros e africanos que ele tanto valorizava. A antropofagia cultural continua, e um gênero benquisto por Science marca presença em bandas contemporâneas, aqui e lá fora: o afrobeat ; estilo criado pelo nigeriano Fela Kuti. Ele ressurge modernizado, seguindo, ainda que sem querer, a cartilha proposta há duas décadas pela principal figura do movimento manguebeat. <br /><br />O afrobeat é um dos elementos sonoros no grosso caldo musical proposto pelo quarteto sul-africano Kongos. Durante passagem pelo Brasil, a banda falou rapidamente ao<strong> Correio</strong> sobre essa influência. Formada em Joanesburgo, na África do Sul, o grupo é composto por Dylan, Johnny, Jesse e Daniel, filhos do músico John Kongos. Eles nasceram em Londres, mas viveram um bom tempo no continente, onde aprenderam a apreciar sons étnicos e tribais. <br /><br />[VIDEO1]<br /><br />;Nosso pai foi um dos grandes encorajados para o quarteto;, comenta Dylan Kongos sobre o patriarca, que fez sucesso na década de 1970, com o hit He;s gonna step on you again. O maior sucesso do Kongos, Come with me now, figura no primeiro álbum, Lunatic, que foi lançado em 2012, mas demorou alguns anos para emplacar no meio. <br /><br />Hoje, o grupo possui 30 milhões de visualizações no YouTube. ;É uma honra liderar a lista de canções alternativas mais tocadas no ranking da Billboard representando a rica cultura africana;, completa. Desde 2011, eles vivem no Arizona, mas sem abandonar as referências que ajudaram a compor o som, com pitadas de pop, rock, folk americano e, claro, afrobeat. <br /><br /><span style="font-weight: bold">Do lado de cá</span><br /><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2015/05/21/483882/20150520160121548887o.jpg" alt="Nos bailes da capital, o afrobeat foi a razão de existência do grupo Munchacko" /><br /><br />Em Brasília, o grupo Munchacko também carrega o afrobeat em sua musicalidade. O gênero, aliás, é a razão de existência do trio de música instrumental formado por Rodrigo Barata (bateria e samplers), Samuel Mota (guitarra, programações e synths) e Macaxeira Scioli (percussão e samplers), que faz um passeio musical ;do Camboja à Samambaia;. É assim que definem o som da banda, criada no final do ano passado. ;Íamos tocar apenas afrobeat, mas, como rock e ritmos brasileiros também eram uma necessidade, incorporamos outros elementos às músicas que fizemos;, conta Barata. <br /><br /><strong>África a ser descoberta</strong><br /><strong>Por Alfredo Bello, DJ, produtor e pesquisador musical sobre o afrobeat</strong><br /> <br /><em>Somos um povo que nasce de misturas de povos e culturas. Por isso, pudemos absorver o afrobeat em nosso caldeirão sonoro. Poderíamos ter percebido o gênero antes. Nos anos 1970, Gil e Caetano foram à casa de Fela Kuti. Somente em 1997 a Nação Zumbi gravou a música Nos quintais do Mundo (dois anos depois, eu já discotecava afrobeat nas festas Afrofuturismo, que eram realizadas em Brasília).<br /><br />Chico Science era antenadíssimo e conhecia Fela Kuti, o nigeriano criador do gênero, porém, somente após a morte dele a Nação Zumbi gravou um afrobeat. A partir de então, passou a ser influência na rica formação Science e da Nação. Não conheço a existência de grupos no Brasil que faziam som semelhante anteriores a isso.<br /><br />A inserção do afrobeat se dá no Brasil porque temos uma forte herança africana. Depois da Nigéria, o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo. Tudo isso nos aproxima muito deles. Temos também presença muito forte da cultura yorubá ; o culto dos orixás vem da Nigéria, entre outros países.<br /><br />Assim fica mais fácil de assimilarmos. Em 2008, fiz uma música chamada Nossa África que trata um pouco de quanto temos de África e do forte racismo que existe no Brasil, herança da sociedade escravocrata.<br /><br />Além do afrobeat, podemos ainda ter contato de forma plena com vários ritmos e culturas africanas. Mas o público brasileiro ainda espera os europeus e americanos dizerem o que é bom. Tom Zé precisou do americano David Byrne para voltar a ser respeitado no Brasil. Existem muitas Áfricas a serem descobertas e adoradas. </em><br /><br /><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://publica.new.correiobraziliense.com.br/app/noticia/#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vcHVibGljYS5pbXByZXNzby5jb3JyZWlvd2ViLmNvbS5ici9wYWdlLDI3NCw0MS5odG1sP2k9MTY5NzAzJm1ldGFfdHlwZT1kYV9pbXByZXNzbyZzY2hlbWE9ZGFfaW1wcmVzc29fMTMwNjg2OTA0MjQ0IiwibGluayI6Imh0dHA6Ly9wdWJsaWNhLmltcHJlc3NvLmNvcnJlaW93ZWIuY29tLmJyL3BhZ2UsMjc0LDQxLmh0bWw/aT0xNjk3MDMmbWV0YV90eXBlPWRhX2ltcHJlc3NvJnNjaGVtYT1kYV9pbXByZXNzb18xMzA2ODY5MDQyNDQiLCJwYWdpbmEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIiwibW9kdWxvIjp7InNjaGVtYSI6IiIsImlkX3BrIjoiIiwiaWNvbiI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIiLCJpZF90cmVlYXBwIjoiIiwidGl0dWxvIjoiIiwiaWRfc2l0ZV9vcmlnZW0iOiIiLCJpZF90cmVlX29yaWdlbSI6IiJ9LCJyc3MiOnsic2NoZW1hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiJ9LCJvcGNvZXMiOnsiYWJyaXIiOiJfc2VsZiIsImxhcmd1cmEiOiIiLCJhbHR1cmEiOiIiLCJjZW50ZXIiOiIiLCJzY3JvbGwiOiIiLCJvcmlnZW0iOiIifX0=">aqui</a>, para assinantes. 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