A premiação do 48; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - que será realizado entre 15 e 22 de setembro - caiu pela metade. Agora, o valor será de R$ 340 mil. Dado o recado da contenção de custos, o secretário de Cultura, Guilherme Reis, prometeu um evento "mais pé no chão". "Será atípico, mas lindo, criativo e bacana, com premiação mais coerente - teremos dignidade, mas menos recursos do que gostaríamos", anunciou Reis.
[SAIBAMAIS]Com R$ 2,5 milhões de perspectiva de orçamento, a 48; edição tem a embrionária formatação revelada, em meio a algumas boas notícias. Empenhado em colocar a conta do Fac (Fundo de Apoio à Cultura) em dia, o secretário - que se disse "festivaleiro" - faz a estreia no comando da organização, na reta final do saldo de dívidas com a premiação do ano de 2014. A inclusão da seleção de médias-metragens é uma das novidades. Outra boa nova é a manutenção dos valores do Troféu Câmara Legislativa, para a premiação de fitas locais.
Uma maior visibilidade para a mostra Panorama e o segmento Continente Compartilhado vão trazer um quê de internacionalização do evento. "A indiana Beena Paul (diretora artística do Festival Internacional de Kerala), por exemplo, virá para o Brasil. No mesmo sentido, pretendemos trazer representantes dos Festivais de Toulouse (França) e Berlim (Alemanha)", explicou Sérgio Moriconi, um dos integrantes de um conselho curatorial, em experiência nova para o festival.
Quebrar as limitações e fomentar maior número de coproduções em que o Brasil atue está entre as metas do evento reformatado. Ao longo de dois meses, a comissão curadora tem se reunido para dar "um sentido estético para as mostras", como sublinha Renato Barbieri, cineasta designado para formar o quarteto de seleção. Cogitado para homenagem, aos 80 anos, o documentarista Vladimir Carvalho optou pelo trabalho conjunto com Moriconi e Barbieri, ao lado do professor Pablo Gonçalo.
"Teremos uma curadoria ativa - vamos atrás de alguns nomes, convidando para que se inscrevam", enfatizou Renato Barbieri. Costumeiros profissionais dos bastidores do evento, Sérgio Fidalgo e Graça Coutinho retomam aos respectivos postos, como subsecretário de promoção e difusão cultural e coordenadora adjunta da festa. "O grande homenageado desta edição será o cinema brasileiro", demarcou Guilherme Reis, que emendou: "Festival mais enxuto, mais econômico, não significa perda de glamour". Entre 220 festivais brasileiros, o Festival de Brasília pretende "se abrir para o mundo", como ressaltou o crítico de cinema e programador do Cine Brasília Sérgio Moriconi. Uma das medidas anunciadas foi o
corte das oficinas de cinema, trocadas por master class e seminários.
Programada para as tardes, a Mostra Brasília terá grade montada, a partir de minutagem adequada, prática que evitará os constrangedores atrasos do evento. Ajustes também farão parte da programação das demais cidades do DF. "Na medida do possível, vamos readequar a programação dos filmes ao perfil do público", comentou Sérgio Fidalgo. A continuidade dos trabalhos, pós-festa, e uma maior estruturação do evento estão entre desejos do secretário de Cultura. Num ideal de cooperação, ele prevê relações amigáveis com demais eventos do calendário cinematográfico do Brasil. Um encontro com a imprensa está marcado para o dia 25 de julho, quando o evento será detalhado.